quarta-feira, 26 de abril de 2006

Eu tentei...





















 Eu tentei!
Com todas as forças que me restavam, lutei até ao fim, mesmo sem saber se o devia fazer ou se o fazia apenas para me sentir bem comigo mesma.
Agora também já não importa saber o porquê porque, a verdade, é que eu tentei, lutei e no fim, infelizmente tarde demais, compreendi que não se pode escolher quem se ama.
Tentei tudo! Juro pelos céus que tentei... tentei escrever e acabei a pensar em ti e a escrever sobre ti!
Tentei ouvir musicas e as lágrimas escorreram dos meus olhos ao saber que aquelas letras falavam de algo que nunca ia viver, porque estás longe.
Tentei ver televisão mas os romances baratos de cinema lembraram-me do que sinto.
Onde quer que fosse, o que quer que fizesse, eras tu, estavas ali, como que a presseguir-me, como que a chamar-me, só que de repente, eu entendi... tu não estavas realmente, era o meu coração a pregar-me partidas, a minha mente a divagar e era tempo de te esquecer.
Resta-me agora saber como o faço! Estás tão perto e tão distante. Perto demais para te esquecer mas distante demais para te ter. E agora não sei de nada!
Tentei tudo para não pensar em ti, para fingir que não estavas no meu coração, que não eras importante e, o que acabei por descobrir foi que estás comigo e que não posso fugir do sentimento, que não posso impedir-me de amar por mais que queira impedir-me de amar...
Eu tentei! Mas, tal como sempre, descobri os meus limites: sou fraca demais para te arrancar da minha vida, para te tirar dos meus sonhos, para te impedir de morares no meu coração. E já deixou de me importar o que sentes, porque tudo o que eu quero é esta certeza de que tentei, lutei, perdi mas que ficou comigo o AMOR!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Sonhos proibidos






















Hoje não sou ninguém!
Morri para o mundo enquanto sonhava sonhos proibidos.
Foi tão simples, tão estranho, um sonho apenas! Tu chegaste e deste-me a mão, disseste o quanto gostavas de mim e caminhamos mão na mão junto àquele mar que na sua fúria acalmou a minha e então, passeando naquela praia, ouvindo o murmúrio do vento na sua canção triste de lamuria, pareceu-me ouvir um aviso como se alguém, no imenso céu carregado de nuvens escuras me avisasse que algo ali não estava bem. Olhei para ti e sorri-te mas não me devolveste o sorriso e então, a medo, olhei para trás e vi: marcadas na areia estavam as minhas pegadas mas não as tuas e, quando te voltei a olhar, desejando ardentemente que ali estivesses, também não estavas, tinha sido ilusão...
A chuva começou a cair como que para me esconder as lágrimas e eu chorei, sem vergonha de chorar, sem medo de alguém ver, tudo porque tu não estavas e eu queria que estivesses, queria sentir a tua mão na minha.
Aos poucos, também as minhas pegadas foram sendo apagadas pelo mar e eu morri por dentro. Por isso hoje digo que morri, que não sou nada, ninguém, uma leve brisa que não sopra, um poema por escrever porque sem ti estou incompleta, porque sem ti não sei ser eu mesma, porque sem ti não sei qual o sentido da vida...

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

E se...

E se eu me levantasse de manhã e em vez de vestir o já habitual sorriso triste optasse por uma lágrima, olhasse para fora da janela, imaginasse que ali estavas com um ramo de rosas brancas na mão e um olhar diferente do que conheço, a olhar para mim como se eu fosse importante?
E se eu parasse de me lamuriar porque tu nem notas que existo e começasse a lutar por ti, com toda a força que tenho e que invento naqueles sonhos nos quais tu acabas ao meu lado?
E se eu acreditasse que não é errado sentir este bater forte no coração e o deixasse bater, no seu ritmo quase frenético cada vez que te olho.
Estaria errado?
Alguém me diga, eu não sei!


Marina Ferraz

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Quem sabe...

Quem sabe se lutar por amor vale a pena, se o ténue fio de fumo da vida não se torna ainda mais fino por cada "não" ouvido. Quem sabe se as palavras são o fogo da lareira ou se são antes a lenha que se consome, não deixando nada, além da cinza das recordações.
Quem sabe? Quem sabe se tu não me dedicas um olhar, um pensamento, um coração...
Não há no mundo certezas mas eu, eu não posso saber porque sou invisível! Ninguém quer saber e, quem quer, não vê nos meus olhos a tristeza que guardei depois de tudo o que vivi.
Quem sabe se eu estou certa, se eu estou errada, se devo seguir ou desistir de viver?
A resposta é muda... ninguém sabe! Quem sabe não diz e eu fico assim, com um medo terrível de olhar para o lado e viver dos fantasmas do meu passado em vez de viver das dádivas do presente.
Quem sabe quem sou eu?
Quem sabe quem eu amo?
Quem sabe se eu passo de uma menina em busca de respostas?
Eu não sei e por isso desisto de procurar aquele sabor doce de um beijo na escuridão. Aquele sentimento que um dia conheci e que hoje conheço em sonhos
Quem sabe se vale a pena?


Marina Ferraz