domingo, 30 de dezembro de 2007

Ensina-me (carta ao amor)


Não me ensinaste a vida, apenas lhe deste algum sentido ao mostrares-me que, em algum lugar, contigo, eu podia ser feliz.
Não me ensinaste a ser feliz, apenas me fizeste sorrir quando estava mal, mostrando que os pequenos milagres estão em todo o lado.
Não me ensinaste a sorrir, apenas me fizeste ver a vida com os olhos mais abertos.
Não me ensinaste a ver, apenas me mostraste que tu, cego e lindo, nos levas mais longe do que qualquer outra coisa no mundo.
Nunca me ensinaste nada! Fui sempre eu a colher lições das tuas palavras, a retirar palavras dos teus gestos, a dar de mim como nunca antes tinha feito.
Mas hoje, na ilusão das horas, gostava que me tivesses ensinado tudo: a vida, a felicidade, o sorriso, o olhar... porque, quem sabe, se tivesses sido tu a ensinar-me tudo isto, talvez conseguisses ensinar-me a única lição que jamais aprendi...
Amor… ensina-me a esquecer-te!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

As manhãs de Dezembro


Em Dezembro amanhece lentamente. O sol nasce devagar por entre os arranha-céus, não tem pressa de chegar, não tem compromissos…
A cidade é sempre escura em Dezembro. O chão molhado torna lamacentas as pedras da calçada, rouba-lhes o imaculado branco dos dias de Verão e faz com que a multidão que se reúne nas ruas seja apenas um aglomerado de gente anónima e mal-humorada.
Eu olho pela janela do meu quarto. As pessoas que passam não me vêem, passam apressadas em direcção aos empregos. Têm mil pensamentos na cabeça. Pensamentos que ficam e atormentam ou que passam sem passarem de pedaços fragmentados de ideias pouco importantes.
Em Dezembro a cidade inunda-se das luzes dos faróis e de expressões sisudas. O céu deixa de ser azul. A cidade vive e morre nas manhas de Dezembro.
E eu sou como a cidade. O sol demora a nascer no meu sorriso, a água cai do meu olhar tal como cai a chuva lá fora. Também eu vivo e morro nas manhãs de Dezembro
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Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sábado, 1 de dezembro de 2007

Para a felicidade...


Escrevi mil vezes sobre a minha dor! Falei das lágrimas, dos sorrisos tristes, da saudade que fica no fim de algo bom que passou e não voltou mais. Falei de todos os meus tormentos, aumentei cada bater inseguro do coração até à morte tortuosa de uma alma que continua viva e nunca há-de morrer.
Hoje, não vou falar da tristeza que voltarei a sentir nem vou dizer que a saudade se voltará a apoderar de mim porque, desta vez, sei que o que vem depois não importa.
Este texto é para ti, minha amiga! Tu, que apareces poucas vezes mas que, quando apareces, alteras tudo o que há de mal na minha vida. Tu, que na simplicidade dos teus gestos, consegues criar sorrisos no meu rosto. Tu, que me abandonas mas que voltas sempre que estou prestes a desistir e me dás força e alento. A ti, Felicidade, dedico cada palavra deste texto e deste dia no qual me sinto tão bem.
Marco esta hora com o teu nome: Felicidade! Sem promessas, sem contratos, tu chegaste e arrebataste-me da mesma forma. Criaste em mim este sorriso com o qual estou certa que vou adormecer e duvido que vá acordar. Mas não importa o que vai acontecer porque tu, minha amiga de horas breves, estás aqui agora e, agora, eu adoro a tua presença. Estou finalmente a viver o presente, a atingir o significado doce da expressão “carpe diem”.
É por momentos destes que vale a pena viver… e eu vivi um destes momentos num local chamado AGORA.
Felicidade: Tu chegaste nesse momento... não vás embora tão cedo!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet