quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

A menina do espelho




Ela tinha sonhos e, quando fecha os olhos, ainda consegue ver parte do que antes sonhou. Consegue recordar os sorrisos verdadeiros que surgiam no seu rosto e o modo simplista como encarava a vida e todas as coisas do mundo.
Agora, no entanto, ela está triste. Tudo à sua volta são ruínas de um passado que parecia sólido como uma muralha e que, estranhamente, desabou como um castelo de areia.
Ela está sozinha e sente-se ainda mais sozinha do que está mas, ainda assim, força um sorriso...
Só que ela já não aguenta mais esta tristeza que se prolonga desde há demasiado tempo e ela precisa de ir embora, de desaparecer, deixar todo um passado para trás e começar de novo, num lugar qualquer...
Ela só quer ser feliz com o que antes tinha e acha que não está a pedir demais mas, ainda assim sente-se incapaz de o ser porque, pelo caminho teve um pedaço de paraíso e, quando lhe tiraram o chão debaixo dos pés, ela caiu no mais fundo dos abismos, cercada de tudo o que nunca quisera conhecer.
Mas, ainda assim, de coração partido e rosto molhado, ela vai seguindo, enquanto sente tudo a abandoná-la porque ela sabe que se olhar para trás vai encontrar memórias suficientemente boas para a ajudar a sobreviver mesmo no meio de toda essa tristeza...

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Resposta da lista N.B.C. à musica da lista S.T.A.R.

Digam lá o que quiserem
Eu estou aqui para ouvir
Mas de dizer o que penso
Não me podem impedir

Dizem ser a melhor lista
Mas eu sei bem o que vi
Posso afirmar que prefiro
Ser vampira da N.B.C

Acham que são os maiores
E que mais ninguém vos bate
Deixem que diga que a musica
Vos lixou bem no debate

Nós até vos agradecemos
Fazerem campanha assim
Pois depois disto bué gente
Disse que ia votar em mim

Quanto ao que dizem da Bart
É preciso ter-se lata
E não vejo qual o problema
De a miss ser a Renata

A N.B.C está presente
E não é tão fraca assim
No debate vimos bem
Quem ficou perto do fim

Se somos vampiras, isso
Nós nem vamos comentar
Parece que o vosso sangue
Foram vocês a derramar

O silêncio em vez de hip-hop
Tinha-vos salvo o discurso
Mas por criticas infundadas
Fizeram figura de urso

A minha ultima opinião
É só para questionar
Quem será o idiota
Que ‘inda vai votar na STAR?

por Marina Ferraz
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Este poema foi inicialmente escrito enquanto ouvia a musica da STAR pela primeira vez e foi feita no calor do momento, por me ter enervado. Talvez em certas partes eu não esteja a ser propriamente justa mas foi este o meu pensamento e foi por isso que o passei para palavras...
Este poema não visa ofender ninguém e muito menos destruir os laços de amizade que foram criados com alguns dos elementos da lista Star durante a campanha eleitoral. Visa, isso sim, mostrar que as provocações merecem ter uma resposta e que estas raparigas da lista NBC, apesar de serem umas "vampiras, a sabem dar à letra...
Ao contrário do que já ouvi dizer em relação a ele, este poema não é propriamente uma critica mas antes uma tentativa de defesa quanto às criticas que nos fizeram...

domingo, 26 de novembro de 2006

As palavras do meu silêncio...




Não entendo o que se passa comigo...
Tenho o rosto molhado e o coração dorido, as mãos frias e as palavras inacabadas a tentarem sair pelos meus lábios fechados.
Vou dizendo que amanhã as coisas vão ser diferentes e desejando, num silêncio mais velado, que não exista um amanhã...
Procuro no céu o tom de azul que antes via e no mar a tranquilidade que perdi, procuro na serra o aroma doce do passado e nas estrelas uma visão menos negra do futuro.
Vou andando por aí, sem saber exactamente por onde devo seguir e vou indo pelos caminhos mais fáceis mesmo que esses não sejam os melhores para mim.
Já não me importa onde vou parar. Sou como um rio, a seguir um curso que não defini, a ser um mero fantoche do destino e a deixar cada dia passar por mim como um dia igual a todos os outros, sem nada de emocionante ou que valha a pena revelar.
Eu estou cansada! Tão cansada que ás vezes quero desistir, tão cansada que nem sempre sei se este esforço vai ser recompensado... tão cansada que o cansaço me tolda os sentidos e me faz trazer no rosto uma expressão tão vazia que já nem sequer revela a tristeza que sinto.
Uma vez na vida gostava de seguir pelo meu caminho e de não me deparar com um beco sem saída, gostava que todo este labirinto fosse dar a um lugar meu conhecido e que esse lugar não estivesse envolto em trevas.
Mesmo assim eu aguento e sigo, como se valesse a pena fazer as coisas desta maneira.
Não sei o que espero alcançar, não sei se espero alguma coisa... limito-me a estar confusa e perdida, sem saber quem sou, onde vou ou o que quero fazer!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Contos de fadas




















Lembro-me tão bem daquelas noites de infância nas quais liam para mim. As histórias eram sempre iguais. Havia uma princesa e um príncipe encantado, envoltos pela certeza arrebatadora de um amor impossível e proibido. Havia sempre alguém a tentar separá-los mas no fim, como se fosse obrigatório seguir um ritual de finais felizes, todas as histórias acabavam com «e viveram felizes para sempre».
Nessa parte, normalmente, eu erguia o sobrolho e perguntava a mim mesmas milhentas coisas, cada uma mais confusa que a anterior mas, com vergonha dos meus pensamentos, despedia-me e adormecia sobre as perguntas.
Eu não sabia se existiam mesmo príncipes encantados ou o que era o amor, aquela palavra que repetiam vezes sem conta nos contos de fadas. Existiria mesmo esse sentimento ou seria ele tão utópico como as fadas e os reinos longínquos?
Eu não sabia mas, mesmo assim, durante a noite sonhava que era uma princesa e que tu chegavas com uma rosa branca, lutando contra tudo para estares do meu lado.
Entretanto cresci e revoltei-me contra os contos de fadas. A minha vida nunca seria assim, por isso, o melhor que eu tinha a fazer era esquecer as minhas ilusões e apagar dos meus sonhos a ideia de que algum dia apareceria o meu “príncipe”.
Revoltei-me contra as princesas, contra os “era uma vez”, contra os mundos de bela e pura utopia e revoltei-me contra a ideia de que “para sempre” era o tempo certo. Comecei a ver a vida como um hoje e talvez um amanhã porque, para mim, a eternidade parecia sempre tempo demais.
Só que entretanto cruzei-me contigo e, vil erro o meu, olhei os teus olhos e entreguei o meu coração nesse olhar, sem sequer pensar se havia algo a separar-nos.
Pois bem, agora “para sempre” já não parece assim tanto tempo, o amor já não parece uma utopia e a ideia de se estar disposto a lutar contra tudo também não parece tão impossível.
Mesmo assim continuo um pouco revoltada contra os contos de fadas, não pelo mesmo motivo, o serem completamente irreais, mas porque agora sei que o amor é muito mais do que aquilo que os contos dizem.
Não existe conto ou poema algum capaz de retratar o verdadeiro amor porque esse, com toda a sua complexidade, é impossível de explicar!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

domingo, 10 de setembro de 2006

Diário da desolação
















Hoje acordei e olhei a janela. A manhã estava calma e o sol de Verão brilhava insistentemente do outro lado da janela apesar de eu já lhe ter pedido para dar lugar às chuvas de Outono.
Cá dentro sentia o mesmo vazio de ontem e do dia anterior, a mesma angústia do último mês, a mesma dor de sempre. Mesmo assim o novo dia teimara em surgir.
Espreguicei-me e cumpri a já sagrada rotina, sem nada de novo ou emocionante.
Vesti as primeiras calças de ganga que apanhei e a T-shirt que tinha ficado no cimo da gaveta, sem sequer reparar se estava bem ou não, olhei penosamente para a mochila, desejando ardentemente que as aulas já tivessem começado, ocupando a minha cabeça com algo mais do que certezas arrebatadoras e cruéis.
Passo o dia em correrias desenfreadas, andando a maior parte do tempo de um lado para o outro, fingindo-me ocupada para me convencer a mim mesma de que o cansaço constante em que me encontro tem razão de ser e volto para casa, taciturna, desolada e perdida, em busca de um pouco de conforto.
O caderno, em cima da secretária, já não me inspira nem me chama. Limita-se a ficar ali, à espera que um dia eu volte a ser quem era e tenha finalmente vontade de escrever romances que, ao contrário da minha vida, acabam sempre bem…
Deito-me na cama e desato a chorar todas as lágrimas reprimidas durante o dia. Não posso chorar à frente de ninguém, só o posso fazer no meu solitário quarto, onde sei que ninguém me irá procurar, até porque ninguém quer saber.
Depois de chorar horas a fio, sinto-me inútil e humilhada, como se aquelas lágrimas não fossem apenas um desabafo.
Entretanto, sinto medo. Tudo à minha volta me assusta, qualquer ruído, qualquer sombra, qualquer movimento e eu fico ali, aterrada e julgando-me louca.
Acabo por adormecer e estou tão cansada que nem sei se sonho ou não. Já não ligo aos sonhos, perdi a vontade de os lembrar, perdi a vontade de acreditar neles.
Só sei que na manhã seguinte vou acordar e achar que fui forte por ultrapassar todos os medos sozinha no meu quarto e por me proibir de chorar junto aos outros.
A verdade, a terrível verdade, é que amanhã quando acordar e vir o sol brilhar do outro lado da janela, vou ter vontade de chorar outra vez e vou sofrer de novo.
Mas, enquanto durmo, quem sabe se não peço um pouco de chuva para poder chorar lá fora, sem ninguém se aperceber!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

A culpa é minha...

Enquanto caminhava sozinha nos vales de memórias, durante o sono profundo no qual tão poucas vezes me deixo cair, vi os teus olhos afastarem-se pouco a pouco, até desaparecerem nos limites do oceano azul e brilhante.
Pensei em correr atrás de ti mas, subitamente, já não tinha sentido fazê-lo. Fui a culpada do que aconteceu, sinto-me como se a culpa fosse completa e irremediavelmente minha.
Fiquei com medo de dormir, com medo dos pesadelos nos quais eu era sempre quem destruía tudo. Habituei-me a sentir a culpa consumir a energia do meu corpo, habituei-me a olhar o céu e a ver nele os teus olhos , a olharem para mim triste e desaprovadoramente.
Sabes que a culpa é minha, é o que posso concluir. Nunca destruíste a minha vida ou os meus sonhos, fui sempre eu, na minha inocência que segui acreditando ser melhor do que sou, ser mais calma e infinitamente menos culpada do que me descobri.
Sou culpada por ter feito as coisas da minha maneira, sou culpada por ser eu mesma mesmo quando as vozes de todos os espectros que me rodeiam gritam ao vento que eu não devia ser assim. Ninguém quer saber, sou invisível para todos mas ainda assim perdem tempo a arruinar o pouco que ainda sou com gritos e palavras ruins.
Mas eu não ouço, tapo os ouvidos e fujo a correr, afastando-me o mais que as pernas conseguem e o corpo aguenta. Quando por fim o cansaço vence, caio de joelhos e forço as orações das quais nem me recordo, a sair por entre os lábios na forma de som.
Sei que ninguém me está a ouvir! Tenho tão nitidamente essa certeza que até troço de mim mesma por tentar acreditar que existe alguém superior, a ouvir as preces de quem chora por ter medo e por estar triste. Mesmo que existisse, quem sou eu para ser ouvida?
A culpa é toda minha e estou a pagar por essa culpa, estou a pagar por ter agido de acordo com o meu coração e estou a pagar por me ter recusado a ser a actriz que sorri nas horas tristes.
Escolhi ser eu mesma, com todos os meus defeitos e com todas as minhas qualidades. Hoje sei que vivo no Inferno. Tudo se está a desmoronar à minha frente, a cair aos meus pés, a ameaçar a minha resistência.
É nestes momentos de sentida culpa que quero ir embora e, deixar para trás apenas a atormentadora certeza de que um dia, talvez daqui a muito tempo, alguém vai erguer os olhos e perguntar: «Não falta aqui qualquer coisa?»
E nesse dia, mais uma vez, irão dizer que a culpa foi toda minha!

Marina Ferraz

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Parede Branca

Um dia estava perdida. Não sabia o que escrever porque, subitamente, as palavras não faziam qualquer sentido.
Via-me passar pelo mundo sem receber nada dele, perdida na minha dor e foi então que, sem eu estar à espera, alguém disse as palavras que me acordaram do sono em que estava a viver.
De repente o céu ficou mais azul e o sol surgiu por entre as nuvens espessas do Inverno da minha alma e um fio de luz passou pelo meu coração, lembrando a minha mente de que um dia, não há muito tempo, eu tinha sido alguém com valor.
Nesse tempo eu acreditava em sonhos e em fantasia, eu tinha lutado pelas adoráveis utopias criadas nos dias da infância, eu tinha escrito em papel tudo o que sentia e tinha visto para além do horizonte.
Essa rapariga, no entanto, estava agora taciturna e ausente, com medo de sofrer a mais demolidora das dores e, mesmo não o desejando, estava a morrer por dentro nos abismos da saudade. Eu estava diferente e estava a destruir tudo o que um dia gostei em mim.
Mas essa pessoa abriu-me os olhos porque, pura e simplesmente, nunca tinha esquecido as palavras nem os momentos vividos e tinha recordado sempre as diferenças que existiam numa parede branca. Sabia como eu antes conseguira nela reflectir todas as cores do arco-íris e como nela pudera projectar todos os sonhos.
Então, chamei a mim toda a força que tinha restado do meu tempo de sonhos e resolvi que não queria ser diferente. Pois quem seria eu se não escrevesse o que sinto? Podia continuar com o mesmo rosto e com o mesmo nome mas, o importante, não estaria comigo. Por isso, hoje agradeço as palavras e acrescento, com toda a humildade, que uma simples parede branca, para mim nunca será algo de banal!

Marina Ferraz

domingo, 30 de julho de 2006

Critica ao Ensino em Portugal, por Marina Ferraz. Versão do DC.

A educação no nosso país é um tema constantemente criticado. Muitos falam das reformas sucessivas que trazem para Portugal apenas os modelos que, em outros países, já provaram não ser eficazes. Alguns comentam a falta de qualidade do ensino culpando quer os professores quer os alunos, sendo passado a ambos um atestado de incompetência pouco real.
O grave das criticas tecidas ao sistema de ensino português comete, na verdade, o mesmo erro do próprio governo: uma total ausência e ignorância da realidade das nossas escolas, da formação dos professores e das condições de trabalho.
Por isso hoje sou eu que comento e que crítico, porque sou uma adolescente normal, numa época conturbada, a sentir na pele cada erro cometido por quem não sabe o que é melhor.
A realidade que vivem os alunos e os professores é bem diferente daquela que os ministros, fechados nos seus gabinetes, conseguem abarcar. É por isso que tanto nos queixamos do governo! Como podem eles governar o povo se não conhecem o povo? Como podem eles resolver os problemas se a única coisa que sabem sobre eles é o eufemismo de quem não sabe o que é vivê-los desesperadamente?
Dentro das escolas a realidade é bem diferente da conhecida! Por trás dos sorrisos normalmente presentes no rosto de quem passa, existe um mar de tristeza de quem sabe que ser bom já não chega, existe a amargura de quem não seguiu o que queria por falta de saídas profissionais e que agora se vê numa situação complicada que obriga, muitas vezes, a desistir de lutar por um futuro estável.
Não é fácil estar lá, sentir essa tristeza, sentir essa angústia que também eu já tantas vezes senti, e saber que não temos poder para mudar as coisas e que, quem o tem, não pode ou não quer fazer nada porque não sente o mesmo, porque não está perto o suficiente para imaginar sequer o que se sente quando não “acontece só aos outros”.
Eu sou um bom exemplo dos problemas que referi! Tendo uma vocação nata para as letras, para as humanidades, para a literatura, vi-me de repente num curso científico-tecnológico por medo de me tornar mais um dos muitos professores a trabalhar em caixas de supermercado. E hoje, graças a esta escolha que apesar de tudo considero absolutamente lógica, vejo-me com uma média apenas razoável que não chega para atingir os objectivos que criei.
Nunca serei professora, por muito que ache que o faria bem, porque a razão criada pelo sistema não estava de acordo com os sonhos que tinha no mais profundo do meu ser.
Há também, neste sistema, o que pode ser considerado o “reverso da medalha”, ou seja, alunos que atingem notas geniais e que, apenas por isso, optam por seguir Medicina e outros cursos de média elevada, onde poderão obter maiores salários, quando não é nessa área que se encontra a sua vocação.
A nossa sociedade futura, por isso, vai ser uma estranha junção de médicos incompetentes com média de dezanove ou vinte e de pessoas que nascem para a área da saúde e que terão de se contentar com um trabalho medíocre numa caixa de supermercado ou numa loja de roupa. De professores que nunca serão colocados e de gente que desiste dos sonhos e que nunca se irá realizar profissionalmente.
A culpa não é dos professores que, diga-se em abono da verdade, trabalham continua e desgastantemente. A culpa não é dos alunos, porque, mesmo os que desistem, têm bons motivos para o fazer. A culpa é daqueles que se esquecem que os erros, aparentemente tão insignificantes, são sentidos na pele de muitos e correm como um rio de lágrimas que arrasta consigo os sonhos e que transporta cada um de nós para uma tristeza que, infelizmente, é demasiado real.

Marina Ferraz
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Esta foi a primeira critica que publiquei num jornal. Saiu este mês no Diário de Coimbra e, ainda que sem motivo, dado que não foi algo assim tão importante, senti um orgulho especial...
=)
Espero que gostem...

terça-feira, 20 de junho de 2006

Perdida em lágrimas

Se a minha vida fosse um filme, haveria alturas em que o pararia por momentos, pensando em como voltar atrás, para ver aquela cena que mexeu comigo! Agarraria no comando, voltava atrás e parava aí, sem ter passado e sem ter futuro. Parava para toda a eternidade!
Não passava noites como a de hoje, a acordar depois de sonhos terríveis que me deixam com medo de voltar a dormir nem passaria dias como os que seguem esses sonhos.
Se os sonhos ao dormir são maus, quando acordo sinto que perdi tudo nos sonhos e que a vida se enquadra melhor na definição de "pesadelo".
Para mim o presente deixou de ter sentido. Foi como se em mim surgissem novas metas: metas inatingiveis e inabaláveis. Com todas as suas impossibilidades e indiferenças.
A minha vida, no entanto, não volta atrás como um filme e vai avançando por todos os tipos cinematográficos conhecidos. Romance, terror, comédia e agora, infelizmente, drama!
Não sei o que fazer! Estou irremediavelmente perdida em mundos de indiferença. Choro mas quem me vê pensa que sorrio, (será o mau de se ser boa actriz?)
Este ano, portanto, ao soprar as velas, vou apenas desejar poder voltar atrás, ter de novo a alegria da infância e nunca passar essa fase.
talvez seja isso o melhor em todo este fel trazido pelo tempo.

Marina Ferraz

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Poesia da vida























O mundo cai na sua estúpida e utópica perfeição, enquanto nós, meros fantoches, somos guiados para um palco e humilhados sob o olhar curioso de gente que apenas sabe como nos magoar. Não há quem mande flores, quem bata palmas, apenas quem nos humilhe, quem nos atraiçoe e quem, mesmo sem saber, nos vira as costas quando precisamos de um abraço.
Por vezes ficamos á espera que nos tragam flores em vez de plantarmos um jardim, ficamos à espera de um sorriso em vez de dizer algo que faça os outros sorrir e depois sofremos porque ninguém faz nada por nós.
Nada nos é fiel neste mundo! Nem mesmo as folhas brancas nas quais escrevo a minha poesia. Na verdade, essas vão-me matando aos poucos, vão-me roubando a alma, vão deixando a minha dor impressa como se o que sinto se pudesse ler.
Eu sei que não podem... as palavras não podem explicar a dor, as pessoas não podem entender os corações alheios e, acima de tudo as não podem entender os corações lendo essas palavras que nada explicam.
Eu não me sinto como um mero fantoche do mundo, sou também escrava das palavras e da poesia, sou escrava deste estúpido defeito que me leva a escrever o que sinto em vez de me deixar ser triste sozinha, longe de tudo o que é mau.
A poesia não me ajuda, ao contrário do que todos pensam, deita-me abaixo, lembra-me o que perdi, do que desisti e prova-me que, bem no fundo, preferia que a vida fosse mais matemática do que literária.
Na matemática tudo é fácil porque tudo é certo. Tudo tem uma solução e, quase sempre, apenas uma, sem necessidade de escolher através deste nosso céptico coração que escolheu, há muito tempo, apenas acreditar que não se pode acreditar em nada.
Mas, para mim, a vida é poesia e a poesia, tal como o fado, traz mensagens tristes, taciturnas, melancólicas, que os corações mais maduros e mais saudáveis não podem descortinar.
Basta-me pois esconder nos números aquilo que não posso explicar com palavras, esperando e desejando, que a vida seja como uma soma em que os medos e a tristeza não podem entrar e sorrir á vida mesmo quando esta não me sorrir.
Pois, tal como sempre ouvi dizer: "Os mais fortes são aqueles que plantam o seu jardim, ao invés de esperar que alguém lhes traga flores" e a poesia, sendo o meu mundo e o meu castigo, será para sempre, sem sombra de duvida, o jardim que tenho de plantar...

Marina Ferraz

*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Eu tentei...





















 Eu tentei!
Com todas as forças que me restavam, lutei até ao fim, mesmo sem saber se o devia fazer ou se o fazia apenas para me sentir bem comigo mesma.
Agora também já não importa saber o porquê porque, a verdade, é que eu tentei, lutei e no fim, infelizmente tarde demais, compreendi que não se pode escolher quem se ama.
Tentei tudo! Juro pelos céus que tentei... tentei escrever e acabei a pensar em ti e a escrever sobre ti!
Tentei ouvir musicas e as lágrimas escorreram dos meus olhos ao saber que aquelas letras falavam de algo que nunca ia viver, porque estás longe.
Tentei ver televisão mas os romances baratos de cinema lembraram-me do que sinto.
Onde quer que fosse, o que quer que fizesse, eras tu, estavas ali, como que a presseguir-me, como que a chamar-me, só que de repente, eu entendi... tu não estavas realmente, era o meu coração a pregar-me partidas, a minha mente a divagar e era tempo de te esquecer.
Resta-me agora saber como o faço! Estás tão perto e tão distante. Perto demais para te esquecer mas distante demais para te ter. E agora não sei de nada!
Tentei tudo para não pensar em ti, para fingir que não estavas no meu coração, que não eras importante e, o que acabei por descobrir foi que estás comigo e que não posso fugir do sentimento, que não posso impedir-me de amar por mais que queira impedir-me de amar...
Eu tentei! Mas, tal como sempre, descobri os meus limites: sou fraca demais para te arrancar da minha vida, para te tirar dos meus sonhos, para te impedir de morares no meu coração. E já deixou de me importar o que sentes, porque tudo o que eu quero é esta certeza de que tentei, lutei, perdi mas que ficou comigo o AMOR!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Sonhos proibidos






















Hoje não sou ninguém!
Morri para o mundo enquanto sonhava sonhos proibidos.
Foi tão simples, tão estranho, um sonho apenas! Tu chegaste e deste-me a mão, disseste o quanto gostavas de mim e caminhamos mão na mão junto àquele mar que na sua fúria acalmou a minha e então, passeando naquela praia, ouvindo o murmúrio do vento na sua canção triste de lamuria, pareceu-me ouvir um aviso como se alguém, no imenso céu carregado de nuvens escuras me avisasse que algo ali não estava bem. Olhei para ti e sorri-te mas não me devolveste o sorriso e então, a medo, olhei para trás e vi: marcadas na areia estavam as minhas pegadas mas não as tuas e, quando te voltei a olhar, desejando ardentemente que ali estivesses, também não estavas, tinha sido ilusão...
A chuva começou a cair como que para me esconder as lágrimas e eu chorei, sem vergonha de chorar, sem medo de alguém ver, tudo porque tu não estavas e eu queria que estivesses, queria sentir a tua mão na minha.
Aos poucos, também as minhas pegadas foram sendo apagadas pelo mar e eu morri por dentro. Por isso hoje digo que morri, que não sou nada, ninguém, uma leve brisa que não sopra, um poema por escrever porque sem ti estou incompleta, porque sem ti não sei ser eu mesma, porque sem ti não sei qual o sentido da vida...

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

E se...

E se eu me levantasse de manhã e em vez de vestir o já habitual sorriso triste optasse por uma lágrima, olhasse para fora da janela, imaginasse que ali estavas com um ramo de rosas brancas na mão e um olhar diferente do que conheço, a olhar para mim como se eu fosse importante?
E se eu parasse de me lamuriar porque tu nem notas que existo e começasse a lutar por ti, com toda a força que tenho e que invento naqueles sonhos nos quais tu acabas ao meu lado?
E se eu acreditasse que não é errado sentir este bater forte no coração e o deixasse bater, no seu ritmo quase frenético cada vez que te olho.
Estaria errado?
Alguém me diga, eu não sei!


Marina Ferraz

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Quem sabe...

Quem sabe se lutar por amor vale a pena, se o ténue fio de fumo da vida não se torna ainda mais fino por cada "não" ouvido. Quem sabe se as palavras são o fogo da lareira ou se são antes a lenha que se consome, não deixando nada, além da cinza das recordações.
Quem sabe? Quem sabe se tu não me dedicas um olhar, um pensamento, um coração...
Não há no mundo certezas mas eu, eu não posso saber porque sou invisível! Ninguém quer saber e, quem quer, não vê nos meus olhos a tristeza que guardei depois de tudo o que vivi.
Quem sabe se eu estou certa, se eu estou errada, se devo seguir ou desistir de viver?
A resposta é muda... ninguém sabe! Quem sabe não diz e eu fico assim, com um medo terrível de olhar para o lado e viver dos fantasmas do meu passado em vez de viver das dádivas do presente.
Quem sabe quem sou eu?
Quem sabe quem eu amo?
Quem sabe se eu passo de uma menina em busca de respostas?
Eu não sei e por isso desisto de procurar aquele sabor doce de um beijo na escuridão. Aquele sentimento que um dia conheci e que hoje conheço em sonhos
Quem sabe se vale a pena?


Marina Ferraz

terça-feira, 28 de março de 2006

She...

Por vezes destroem a nossa já destruída vida e magoam o já partido coração, esquecendo que mesmo sem querer continuamos a amar.
Ela foi uma das pessoas que mais me marcou, que mais me entendeu, que mais me ensinou a ir onde as pernas não nos podem levar. E agora, num acto que ainda não consegui compreender, sinto que vai sair da minha vida deixando para trás o meus sonho.
Cá dentro, recuso-me a acreditar que algum dia ela me vai esquecer e aos meus sonhos porque, pura e simplesmente, ela ensinou-me que sonhar não estava errado!
Adorei esta mulher desde o primeiro dia... a minha professora de português que foi mais uma segunda mãe do que uma simples professora especial.
O modo como ela me ensinou que as palavras eram a maior riqueza do mundo foi o maior dom que tive a oportunidade de presenciar.
Não queria que ela saísse da minha vida assim, como se não fosse importante, porque ela SERÁ SEMPRE IMPORTANTE.
Se tiver de guardar os sonhos na gaveta só para ela ficar, desisto dos sonhos e se ela for, vou esquecer-me de sonhar!
É por isso que quando penso nisso fico triste, porque ela é como um anjo, ela tem asas para me levar longe e eu, sozinha, não sou nada, não sou ninguém, não passo de uma menina que quer ser algo que não é nem sabe se algum dia vai ser.
Tenho pena que acabe assim esta amizade tão caricata que surgiu entre nós as duas, porque no fundo, ela é simplesmente o meu ANJO DA GUARDA!

À professora Cristina Pereira
Marina Ferraz

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

O meu paraíso

Não sei por que caminho segui porque não me lembro de ter mudado de rumo, mas sei que mudei porque o coração sentiu a diferença!
Andava à procura da mais utópica liberdade, da mais frustrante solidão e, enquanto caminhava nos vales e nos mares de incertezas do meu pequeno mundo, vi nele o brilho prateado da lua num olhar tão profundo que não deixava duvidas e que nunca poderia ser mal interpretado.
Soube exactamente o que significou para ti porque para mim foi o encontro com a liberdade, o adeus à tristeza e o retorno ao sorriso.
Já tinha ouvido falar de distâncias que uniam mas nunca pensei que isso existisse de verdade até te reencontrar e sentir o mesmo bater profundo de coração que senti quando me disseste o primeiro "até amanhã".
Não sei exactamente por onde seguir agora que já não estás, porque as saudades estão a apertar demais e já não consigo dormir em paz sem ouvir primeiro a tua voz. Lembrar tudo o que se passou naquela sexta á tarde é como lembrar a ultima visita ao paraíso!
E agora que sei onde estás e como te encontrar, quero desejar que a distância não separe o que o tempo juntou.
E porque a amizade é vida, jamais esquecerei esta tarde no paraíso!


Marina Ferraz

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Encontrar razão


Ando perdida, taciturna, neste mundo onde nada está por descobrir.
Se choro, mostro a fraqueza de uma alma infame, se rio, os que me conhecem, dizem-me que a tristeza dos meus olhos supera as palavras e os sorrisos. Não sei porque estou assim! Busquei certezas no mar das utopias e só encontrei a saudade, fechada na caixinha do tesouro que são os sonhos.
A quem me chama, eu viro as costas com medo de voltar a sentir! É bom não saber se o amanhã vai ser mais do que outra despedida.
Perdi pessoas que amei e, muitas delas foram para onde não as podia seguir... As lágrimas que chorei são o segredo que não digo porque o coração esqueceu-se de contar, as vezes que acordei a chamar os seus nomes foi igualmente incontável, o número de vezes que imaginei que eles voltavam... bem, acho que ainda guardo a esperança de os ver voltar!
Foi há três anos e parece-me que foi há uma eternidade! Os dias sem as pessoas que foram realmente especiais para nós são os mais longos e, foi exactamente há três anos que os dias aumentaram para mim!
Não encontrei razão para voltar atrás e dizer adeus e hoje... hoje procuro alguma razão para explicar como pude ser tão egoísta e não querer sequer dizer o derradeiro adeus quando me disseram “eu gosto de ti!”...
Mas eu era tão jovem ainda... como poderia eu saber que era a ultima palavra? Como podia eu adivinhar que nunca mais poderia dizer-lhe que achava que era muito especial. Bem sei que agora é tarde para lhe dizer que ele era essa pessoa, porque agora ele já não está aqui para me dizer que aquele era o adeus para sempre e que, na verdade, fora bom ouvir o que eu dissera!Mesmo assim, se ele aqui estivesse, sei que me diria para dizer que nunca vou esquecer o quanto ele foi maravilhoso e, por isso, aqui vai: “foste um dos melhores amigos que alguma vez tive. Adoro-te! Sempre te adorei! Estejas onde estiveres agora, espero que saibas o que a tua amizade significou para mim...”

Marina Ferraz

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006



















*Imagem retirada da Internet

Labirinto

A minha vida anda um labirinto. Perco-me em becos e a acho-me em caminhos, sem saber bem se o que quero é chegar ao fim ou voltar para trás.
Por vezes a vida fica triste, fica fria e aí penso que sair seria a solução, outras vezes encontro diamantes no caminho e guardo as pedras preciosas que aos olhos dos outros não são mais do que lixo.
Cada vez que me perco, cada vez que me encontro, cada vez que fecho os olhos tentando encontrar o melhor caminho a seguir, lembro-me que já arrisquei muitos dos meus "diamantes" e que agora é tarde para voltar atrás, é tarde para os recuperar. E então, mais conformada, sigo o caminho que erradamente escolhi para mim, acreditando que fiz o que estava certo e, o mais engraçado, é que acredito que fiz o que estava certo.
Acho que devia parar uns minutos e pensar no que fiz, ter noção que magoei pessoas, que desisti de sonhos, que mudei de rumo e que sempre, sempre o fiz sem pensar. Segui o que muitos chamam de "destino" e não me tornei mais feliz por isso.
Está na hora de ser eu a escrever o meu "livro" da vida, a dar os passos que me soam melhor. O que está feito, feito está. Não posso apagar o que fiz nem recuperar o que perdi, mas daqui para a frente posso-me tornar alguém melhor e ser mais feliz.
Afinal, "A felicidade não está na chegada mas sim nas curvas do caminho", não preciso de atravessar todo o labirinto da vida para encontrar a felicidade. Porque afinal, se virmos bem, não vamos viver para sempre e mesmo que a morte me leve, mesmo que a vida acabe dentro de pouco tempo, ia querer ter tido um momento de intensa felicidade.
Está na hora de parar de deitar fora os meus mais preciosos bens, afinal, nem todos os diamantes brilham de igual maneira...


Marina Ferraz

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Desistir

Estou cansada demais para continuar a agir como sempre agi. Nada corre como eu quero, nada é o que eu queria que fosse.
Não consigo fazer as coisas que gosto porque algo se pôs entre mim e a felicidade. Agora que não sei o que tem sentido vou desistir.
Não mais nada a dizer. Nada novo para descobrir. Nada de nada...
Acho que estou a morrer por dentro...


Marina Ferraz

Se sou o que já fui...

Nem sempre se torna fácil acreditar que podemos ir mais longe, ver mais, ser mais, encontrar o melhor e viver intensamente.
Eu não ando em busca de um mundo perfeito, ou de um amor perfeito (ou de qualquer amor, para dizer a verdade) e nem mesmo daquele mundo de sonhos que, quem me conhece, sabe qual é.
Na verdade eu sentei-me a ver a vida passar e agora que quero viver não encontro nada de "meu".
Não sei se as palavras são o melhor ou se devia parar de as escrever, não sei se o melhor é acreditar em sonhos ou viver a realidade. Nem sequer sei porquê que a realidade não pode ser sonhada...
Agora que eu sou um nada, pergunto-me o que antes fui! Não sei quem era, não sei quem sou, não sei quem quero ser. A minha única certeza é que quero partir para bem longe e não voltar mais. Quero ser um pássaro, ter asas e voar até ao azul do céu e não ter nada a prender-me.
Talvez seja errado pensar assim, mas é isso que sou, se for o que um dia fui!!!


Marina Ferraz

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Desabafo

Eu podia chorar quando ouço alguém de quem gosto dizer coisas nas quais não acredito! Mas, a verdade, é que neste momento sou quem sou, faço o que faço e ja não quero saber de mais nada!
Não vou tentar aproximar-me de quem se quer afastar... nem sequer tenho esse direito (e vontade não sei bem!)
Os meus sonhos estão mais perto de mim do que alguma vez estiveram e, por isso mesmo, acredito neles.
Quem não quiser ver-me do modo como estou agora, não olhe para mim!
Não vou mudar nem de atitudes, nem de maneira de ser só porque alguém, seja quem for (e eu sei quem é) acha que eu o devia fazer.
Não acredito no amor! Escolhi desistir de amar... e daí? Tenho o direito de escolher o que quero ou não!



Marina Ferraz
Hoje perguntei-me o porquê da vida... a verdade é que viver não tem sentido.
Há quem diga que não perdemos uma pessoa por deixar de amá-la e sim quando desistimos de a amar! Eu não podia concordar mais...
É difícil escolher entre um amor e um sonho, eu nem sequer vacilei na escolha! Escolhi o que era real para mim... o amor é uma utopia!
Talvez eu nunca consiga voar mais algo, ver mais e melhor. Mas, apesar de tudo, não custa muito acreditar que existe algo para além do que se vê.
Hoje alcancei uma pequena vitória e, aí vi o meu verdadeiro amor, o meu amor pela poesia e pelas palavras...
Agora basta esticar a mão e fechá-la para alcançar o que quero e para esquecer a tristeza que me atormenta.
Bem, aos meus amigos, obrigada por tudo! Principalmente queria agradecer à "Narizinho", que acreditou em mim até mesmo antes de saber acreditar...



Marina Ferraz

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Algures, onde eu pertenço...

Há um lugar dentro de nós que não se pode completar com fama, com carinho, com realização pessoal, com sonhos ou felicidade. Uma parte de nós precisa de amar, de ver mais, de saber mais, de conseguir alcançar até o mais inalcançável aos olhos dos outros. Para mim, porém, o amor não preenche esse espacinho do coração.
Um dia acreditei no amor, um dia sofri por amor e, por fim, um dia comecei a ver o que é real para mim. E aí o amor tornou-se uma utopia... não existem grandes paixões, apenas grandes momentos!
Não posso falar de amor... não sei se ainda sou a menina que acreditava em sonhos, acho que algures me transformei, algures perdi toda a minha verdade, todo o meu saber, toda a minha felicidade.
Sei que é impossível ser feliz escolhendo a solidão, só que, no mais profundo do meu ser, eu sei que nunca vou estar sozinha... Há quem lhe chame solidão, mas para mim é apenas liberdade e eu quero ser livre, é o que mais desejo.
Por mais que eu lute contra os medos serei fraca, eu sei disso. Mas a minha maior certeza, neste momento, é que ser fraca dentro da fortaleza não é muito mau, desde que seja forte nas provações... por isso não desisto de lutar pelos sonhos e não desisto de tentar ser feliz. Apenas abdico daquilo em que não acredito... abdico do amor!


Marina Ferraz

terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Até esse dia

Hoje gostava de dizer que me sentia feliz mas não sinto!
As reviravoltas da vida fazem-me sentir num labirinto infernal. Não sei o que fazer, por onde ir ou o que pensar.
A minha única certeza está em não saber nada... 
Resta só a esperança de que um dia, num dia qualquer, tudo melhore. 
Talvez possa voltar a ser a pessoa que sorria à vida e à qual a vida sorria.
Até esse dia... bem, até esse dia, vou sobrevivendo!



Marina Ferraz