quarta-feira, 30 de março de 2016

Ainda te lembras?


Ainda te lembras? O dia em que o viste pela primeira vez. Aquele rosto de herói de telenovela, o semblante de artista de cinema. A forma como, ridiculamente, não conseguiste descolar os olhos dele. A maneira como ele te sorriu, devolvendo-te um olhar cheio de sonhos.
Ainda te lembras? Falaste dele à tua mãe, à tua irmã, às tuas amigas. E riste da ideia de que o destino te pudesse levar ao encontro dos braços dele. Mas ele levou. Não foi? Deste por ti a passear pelas ruas, perdida em conversas que te pareciam mundos. E desejaste, em silêncio, que ele te desse a mão. Não acreditavas que fosse acontecer. Mas aconteceu. Não foi?
Ainda te lembras? A passagem lenta, permeada de segundos que eram horas, da mão dada à partilha do beijo. Ali, mesmo em frente ao rio. Com as árvores de testemunhas e as nuvens apressadas para não choverem sobre o nascer do vosso amor.
Ai! Como o amavas, nesse tempo em que ele te era improvável e o improvável te acontecia. Amava-lo tanto que acordavas a sorrir. Cantavas pela casa. Espetavas beijos repenicados nas bochechas dos teus pais. Rodopiavas. Dançavas. Parecias tola. Sim! Parecias! Mas não eras... eras apenas alguém que estava a encontrar, nas dobras da folha da vida, os primeiros contornos do amor. E nascia, nesse valezinho da tua história, um pássaro que era o sonho. Deixaste-o voar pelo céu da tua esperança.  E ele voou mais alto do que podias sonhar.
Ainda te lembras? O dia em que ele te apareceu à porta, engolindo em seco, para te dar um ramo de rosas e conhecer os teus pais. A maneira como se sentou à mesa, por entre a paixão e o desconforto e anunciou que tinha, por ti, apenas sentimentos caros e boas intenções. A maneira como o teu pai lhe apertou a mão antes dele sair, resmungando entre dentes que nunca ninguém seria bom o suficiente para ti. A forma como, olhando os teus olhos, meios chorosos, acrescentou: "mas parece bom rapaz". E a resposta que lhe deste: "é, papá, é o melhor homem do mundo".
Ainda te lembras? O melhor homem do mundo levou-te ao topo da montanha, ajoelhou-se, estendeu-te o anel e implorou, mais do que pediu, para que fosses dele. Justificou: "não quero viver mais um dia sem ti. Quero morrer ao teu lado. Não há ninguém como tu!". E tu, que não acreditavas que fosses especial, aceitaste-lhe as palavras e o anel. Subiste com ele ao altar. Fizeste votos de amor perante a tua família, os teus amigos e o teu Deus. E desceste na alegria de trazeres outro nome e a promessa de outra vida.
Ainda te lembras? À medida que os anos passaram, ele deu-te o calor das manhãs de sol com um beijo e a dádiva de dois filhos. Esteve ao teu lado no nascimento dos dois, limpando-te o suor da testa e, desgrenhada e pálida, olhou para ti e disse-te que eras linda.
Não creio que te lembres. Ouço-te dizer que não queres voltar para casa. Que te cansa a presença dele. Que precisas de tirar férias do teu casamento. Mas olha bem: sentado no sofá, ainda que tenha todos os defeitos do mundo, está alguém que te deu os melhores momentos da tua vida, alguém que te quis, alguém que te apoiou... Ainda é o mesmo homem do rosto de herói de telenovela e semblante de estrela de cinema. Ainda é o mesmo homem que descreveste como "o melhor homem do mundo".
Talvez, na ilusão do tempo, te cansem os pormenores desengraçados do convívio diário. Talvez eles pareçam maiores do que os elogios que lhe teceste. Talvez te sintas traída pela forma como a paixão virou rotina. Mas lembra-te. Lembra-te dele. Lembra-te da forma como o teu coração batia na presença dele. Acima de tudo, imagina uma vida onde ele não esteja. E valoriza tudo o que terias perdido sem o amor.
Ainda te lembras? Os votos. "Vou amar-te para sempre." Faz isso! Ama o amor. Ama-o.  Ele ainda está aí.


Marina Ferraz


*Imagem retirada da Internet

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terça-feira, 22 de março de 2016

Devias saber



Não é porque te deixei entrar novamente na minha vida que te dei o direito de vasculhares cada recanto de mim à procura do pedaço de poeira acumulado sob o qual o teu nome foi há muito tempo escondido. Já não te amo. Devias saber isso. Devias sabê-lo como quem sabe, no toque do despertador, que o sono vai perder a luta contra a necessidade de te ergueres para começar o dia. E devias sabê-lo porque foste tu que mataste o amor. Depois de o torturares até ao limite das suas capacidades. Depois de retirares dele todo o proveito que te foi possível. Foste tu  que o agarraste pela mão, que lhe cortaste o pulso, que o deixaste a sangrar na calçada dos teus anseios.

Deixo-te entrar novamente da minha vida. Mas não te deixo entrar para lembrares as paredes do tempo das ruínas. Deixo que entres para que vejas tudo o que foi limpo, arrumado, construído e recriado das cinzas. Deixo que entres para que compreendas que pertenço apenas a mim mesma e que, neste amor por mim, já criei de raiz muitas histórias e muitos quadros feitos a suor e sangue, onde não foste coautor e sobre os quais não tens qualquer direito.

Não é porque te deixo, agora, entrar novamente na minha vida, que quero que estendas o convite para a noção de que te quero no meu quarto, na minha cama, dentro de mim. Quero que percebas que o teu lugar já não é no meu centro mas tão só no lugar onde ficam aqueles que perderam já a chance de permanecer na linha da frente da descoberta de mim. Ou ficas nas bancadas, ou vais. Tanto faz! Mas não penses que podes cerrar caminho para chegar ao meu coração. Ergui, em seu redor, muralhas de descontentamento. Feitas para vedar - não o amor - mas a tua influência.

Deixo-te entrar novamente na minha vida. Mas não deixo que te deslumbres com os seus ouros e cristais a ponto de julgares que és também ouro fino ou cristal luzente. Não te minto: em tempos foste. No tempo em que as paredes eram negras. E as janelas estavam fechadas. E os meus pés estavam presos à falsa noção do que o amor nunca foi. Deixo-te entrar para que saibas que cresci e que o espaço do meu eu cresceu comigo. Deixo-te entrar para que entendas que o perdão que te estendo não é tecido nas linhas da amnésia. Sei, de cor, onde fica cada cicatriz... e sei como foi difícil fazer cicatriz da ferida que teimava em não sarar.

Não é porque te deixo, agora, entrar novamente na minha vida que quero que minimizes o tom do silêncio que veio entre o amor e o regresso da palavra. Aquele tempo no qual nada ouviste de mim... não... não estava a tentar esquecer-te! Estava a tentar sarar as feridas da tua presença. Esquecer-te não foi intenção. Foi consequência. Mas só então as feridas sararam. Só então os muros se ergueram. Só então fiz das sobras de mim consciência do tanto que eu podia ser. Claro: Foi pena. Cada ferida aberta. Cada queda no caminho. Foi pena. Mas da pena fiz asa e, com ela, voei.

Hoje sou mais. Tanto. Tanto mais do que deixaste. Tanto que sei que posso deixar-te, sem medos, entrar novamente na minha vida. Porque já não o és. Já não és a minha vida. És apenas uma pessoa que amei e me feriu. Porque sou maior do que era quando me julgava tua, tenho um espaço para ti. Mas ele é só do teu tamanho. Não tem o tamanho dos teus desejos, da tua loucura ou do teu ego. Nele, cabes apenas tu. E o que fazes desse espaço que te dou, é contigo. Podes valorizá-lo, apreciá-lo, ignorá-lo ou destruí-lo. Faças o que fizeres, preciso que saibas. Não podes destruir o resto... Não é porque te deixo, agora, entrar novamente na minha vida que fecho a porta à tua saída. Se quiseres ir, vai. Honestamente, não me importa que vás. Não me importa como vais. O que me importa é como eu fico. E, desta vez, fico de pé.

Marina Ferraz


*Imagem retirada da Internet

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terça-feira, 15 de março de 2016

Os homens que (não) gostam de mulheres



Quando me falaram dele, disseram simplesmente: "ele não gosta de mulheres". Intercalaram com um risinho suave e todos os tons da falta de aceitação.

Ele entrou. Entrou a sorrir. Cumprimentou-as com educação e dois beijos repenicados no rosto. Gabou-lhes a beleza com a simplicidade de um "estão tão bonitas, esta noite.". Olhou para mim. Apresentou-se. Recebeu-me num abraço como se me conhecesse há séculos e, com ternura na voz, afirmou que gostava da minha maquilhagem. Tinha uma voz afeminada e que ficava estridente por entre o entusiasmo dos momentos.

Quis saber como ia a nossa vida. Dos nossos amores e desamores. Do nosso trabalho. Da nossa família. Nunca nos interrompeu. Ouviu. Deixou, em tom de conselho, algumas palavras de apoio. E, quando nos despedimos, esperou que todas estivéssemos na segurança do carro antes de partir.

Sobre as mulheres. Não as desejava! Não queria namorar com elas. Ria da ideia de um relacionamento com uma. Fazia um trejeito de angústia perante a ideia. E ria do trejeito como se ele não fizesse sentido.

Ele fez-me pensar. Fez-me pensar nos homens que gostam de mulheres. Naqueles que - tantas vezes - brincam com os sentimentos delas. Naqueles que ignoram as suas necessidades e pensamentos. Naqueles que abusam delas. Naqueles que as remetem para a dimensão das limpezas e da cozinha. Naqueles que as objectificam, usam e sexualizam. Naqueles que as agridem física e psicologicamente. Naqueles que as magoam e se gabam disso aos amigos como se de um feito se tratasse.

Destes, também conheci alguns. Apresentaram-mos como se fossem homens "com H grande", homens "a sério", bons partidos. Homens viris e de masculinidade inegável. Chamaram-lhes, implicitamente "homens que gostam de mulheres".
Mas quem gosta, respeita. Quem gosta, esforça-se. Quem gosta, repara. Quem gosta, ouve.

Aprendi a chamar as coisas pelo nome. Quando o apresento a alguém, se calha em conversa e porque sei que ele não se importa, digo que ele é homossexual. Nem ele nem eu temos medo das palavras. Mas, porque é verdade, digo-o assim: "este é o meu amigo - é gay - e, provavelmente, é um dos homens que mais gosta de mulheres!".

Marina Ferraz


*Imagem retirada da Internet

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terça-feira, 8 de março de 2016

Noite ausente



A cama vazia. Vazia de ti, que não estás. Vazia de mim, que nela me deito. A solidão da cama vazia. A solidão do eu vazio. E o espaço deserto onde, de outra forma, noutro dia, talvez estivesse o teu corpo para preencher os nossos vazios.
Lágrimas nos olhos. Raiva, medo, dor. E os ouvidos atentos à cidade. O coração acelerado sempre que um carro pára ou hesita junto à nossa porta. Ainda é a nossa porta? Ou será agora só a minha? E se for, por entre o vazio, apenas uma porta, sem possessivo que a torne a entrada para um lar? Lágrimas nos olhos. Orações para que sejas tu. Orações para que não sejas. Não sei o que dizer. Não sei se quero ouvir-te. Sei que não quero este vazio de estrelas e lua nova.
A aflição. Vazia. Não saber onde estás. Não saber se estás bem. Não saber se ainda guardo o direito de querer saber. E a cama. Vazia. Eu. Vazia. O espaço deserto. A noite ausente que permeia todos os meus medos e os preenche nas razões descontroladas da falta de vontade. A memória que vai. Que vem. Assola. Atormenta. Não me deixa dormir. Não me deixa mexer. Perco-me de mim no vazio da cama . Os lençóis pesam como pedras. Amarram-me como cordas feitas de aço. Apertam-me o peito contra o colchão e sinto que a respiração me falha. "Antes falhasse o coração", penso para mim. E, por entre o choro compulsivo, sei que não são palavras ocas. A cama vazia. Eu, vazia. As palavra não. As palavras cheias de sentidos e vontades e significado. "Antes falhasse o coração.".
Percebo que o mundo me assusta. Mas a morte não. Percebo que as pessoas me assustam. Mas a morte não. E sinto que poderia despedir-me da vida e das pessoas, sem vislumbrar, sequer, o mais pequeno indício de medo. E lembro-me de ti. Como da morte. Talvez te tenha amado por isso mesmo. Porque não me assustava a ideia de te amar, embora me assustasse a ideia do amor.
Raiva. Medo. Superstição tonta e desajustada que me impede de fechar os olhos e dizer "até amanhã" à dor. E os carros que passam e param lá fora, sem que se abra a porta fechada, batida, iluminada pela luz das estrelas que não querem saber de nós. "Antes falhasse o coração", repito para mim, enquanto sinto, no peito, doer a respiração doentia. E imagino que ele falha e tu regressas. Penso na justiça do mundo que te faria sofrer mais do que eu. E percebo que, embora não tenha medo de morrer, tenho medo da morte. Dos efeitos da morte. Da justiça sempre injusta deste mundo que não faz mais do que intercalar a dor e o sofrimento de um peito para o outro, sem nunca a deixar desvanecer.
"Volta", penso para mim. Vazia. "Volta a entrar pela porta e diz que é a nossa porta. Volta a deitar-te na cama e diz que é a nossa cama. Volta a dizer que me amas e que é o nosso amor." A noite ausente vai passando. A cama vazia. Vazia de ti, que não estás. Vazia de mim, que nela me deito. Vazia de tudo. E desenrolam-se pensamentos pouco nítidos na prisão dos lençóis que não sabem que, independentemente do que façam, eu não me deixarei dormir enquanto não te ouvir chegar.
A aflição. Vazia. É por entre a aflição vazia que a porta se abre. É por entre o seu vazio que ela se fecha atrás de ti. Tens muitas coisas para dizer. E eu ouço. Mas não digo nada. Afasto os lençóis. Liberto-me da sua prisão. Encosto-me a ti. O teu cheiro. O teu calor. E ouço-te falar das falhas do eu. Das falhas do nós. Falhámos em cada passo. Prevês que vamos falhar de novo e de novo, até não haver outra coisa que não a falha. "Antes falhasse o coração", penso para mim. Mas não o digo. Perdoas-me. Perdoo-te. A esperança que escasseia é melhor do que o vazio.
A cama completa. Quente de ti, que chegaste. Feliz de mim, que me deito no teu aconchego. E o espaço perfeito onde o teu corpo permanece e preenche os nossos vazios. Outra vez. Até voltarmos a falhar. E a oração, breve e cheia de sentidos: "antes falhe o coração".

Marina Ferraz


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terça-feira, 1 de março de 2016

Requerimento



Venho, por este meio, pedir autorização para ser eu própria.

Declaro que li os termos regulamentados pela sociedade e que conheço, de cor, as alíneas formatadas que definem os padrões desejáveis para uma correcta inserção e integração na amálgama semi-homogénea das gentes que permeiam as ruas. Não assino nem subscrevo. Mas declaro que li e compreendo a normativa, juntamente com todas as suas variantes, interpretações e lacunas. A lacuna é, claro, a palavra vaga (e, acredito eu, vazia) liberdade. É uma liberdade relativa e integrada nos termos. Tão integrada nos termos que exclui facilmente raças, ideologias, religiões, tons de pele, estilos de corpo, estilos de roupa, tipos de beleza, opções sexuais e outros. Apodero-me, aqui, da lacuna e reclamo o meu direito à liberdade de pedir, ainda que sabendo as consequências inerentes ao requerido, para que me permitam viver a vida sendo simplesmente quem sou.

Na ausência de argumentos que se enquadrem nas regras estipuladas, tentarei simplesmente explanar as razões que me fazem desejar, numa primeira instância, e solicitar, numa segunda, a emancipação social.
Primeiramente, acontece que, tendo passado grande parte da minha vida tentando responder de forma equilibrada e respeitadora às regras, compreendi que, independentemente do esforço empenhado na tarefa, esta não parece surtir resultados. Apesar das muitas estratégias desenvolvidas e postas em prática, nunca, em nenhum dos meios que frequentei, obtive das pessoas um olhar que não remetesse para a diferença óbvia entre o que elas eram e o que eu parecia ser. Partindo do estimulo inevitável - eu a ser eu - chegava a resposta, naqueles olhares, com variantes estabelecidas entre o nojo, o ódio, a incompreensão, a comiseração e a semi-aceitação. Os olhares resultavam em atitudes. As atitudes despoletavam a distância. O meu lugar foi construído, portanto, a muitas mãos, todas elas selando, pedra a pedra, a muralha que cercou o meu espaço seguro, no qual, pelas referidas razões, não existe vivalma além de mim.

Em segundo lugar, como percebi ao longo da minha permanência no isolamento voluntário exercido, as normas estipuladas e sob as quais quase todas as pessoas assinam tendem a criar, nos indivíduos, uma visão redutora e complacente, cheia de opiniões-cliché e vazia de espírito crítico. Por exemplo: toda a gente sabe que existe um universo sem fim mas todos vivem como se não houvesse mundo além deles próprios. A maioria das pessoas tem uma religião, a mesma maioria não sabe explicar a própria crença. As pessoas têm necessidades desnecessárias e desprezo por necessidades básicas. Como estas, outras. Na minha solitária prisão anti-social descobri que, na maioria dos temas, tenho mais perguntas do que respostas. As perguntas incomodam as outras pessoas. Roubam-lhes a paz. A liberdade, talvez. As perguntas fazem de mim criminosa nos termos regulamentados.

Por fim, a arte. A arte que me fez monstro. A arte que me fez bicho. A arte que confirmou, aos olhos etéreos da sociedade, que a loucura flamejante dos meus olhos tinha razão de ser. Reclamo o direito de qualquer artista viver a sua liberdade, longe das normas contratuais aplicáveis aos restantes indivíduos de uma sociedade. Reclamo-o porque, no estatuto inferior que ocupam; na camada decadente para a qual são varridos, são os artistas que se erguem para mostrar o que as pessoas não sabem, o que não vêem, o que não ouvem. São eles que carregam a história, navegando em mares de preconceito, levando de porto em porto a ilusão de um mundo melhor.

Não são argumentos que se enquadrem nas normas estipuladas pelo regulamento que molda a sociedade e a torna coesa, habitável, estável e, supostamente, perfeita. Mas são os únicos argumentos possíveis no centro da liberdade idealizada que, infelizmente, não saiu do papel.

Declaro que li e compreendo os termos e as condições inerentes à vida no centro deste mundinho no qual não sei se quero estar. Não assino. Não antes de me roubaram a vontade. E a sanidade. E a alma. E a vida. Em nome da liberdade.

Venho, por este meio, pedir autorização para ser eu própria. Mas declaro que o serei... com ou sem autorização.


Marina Ferraz

*Imagem retirada da Internet


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