domingo, 26 de novembro de 2006

As palavras do meu silêncio...




Não entendo o que se passa comigo...
Tenho o rosto molhado e o coração dorido, as mãos frias e as palavras inacabadas a tentarem sair pelos meus lábios fechados.
Vou dizendo que amanhã as coisas vão ser diferentes e desejando, num silêncio mais velado, que não exista um amanhã...
Procuro no céu o tom de azul que antes via e no mar a tranquilidade que perdi, procuro na serra o aroma doce do passado e nas estrelas uma visão menos negra do futuro.
Vou andando por aí, sem saber exactamente por onde devo seguir e vou indo pelos caminhos mais fáceis mesmo que esses não sejam os melhores para mim.
Já não me importa onde vou parar. Sou como um rio, a seguir um curso que não defini, a ser um mero fantoche do destino e a deixar cada dia passar por mim como um dia igual a todos os outros, sem nada de emocionante ou que valha a pena revelar.
Eu estou cansada! Tão cansada que ás vezes quero desistir, tão cansada que nem sempre sei se este esforço vai ser recompensado... tão cansada que o cansaço me tolda os sentidos e me faz trazer no rosto uma expressão tão vazia que já nem sequer revela a tristeza que sinto.
Uma vez na vida gostava de seguir pelo meu caminho e de não me deparar com um beco sem saída, gostava que todo este labirinto fosse dar a um lugar meu conhecido e que esse lugar não estivesse envolto em trevas.
Mesmo assim eu aguento e sigo, como se valesse a pena fazer as coisas desta maneira.
Não sei o que espero alcançar, não sei se espero alguma coisa... limito-me a estar confusa e perdida, sem saber quem sou, onde vou ou o que quero fazer!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet