terça-feira, 12 de setembro de 2017

Case




Eu quero que ela case.

Quero que ela case com os sonhos e com a vida. Que deles faça ponto de chegada. Que deles faça ponto de saída. E que vá, apaixonando-se aos poucos por cada uma das estrelas. Cabem-lhe todas no peito. Porque coração que não transborda amor, não ama o suficiente.

Ocasionalmente, eu quero que ela perca o “C”. Quero que ela “ase”. Quero que se liberte das Contrariedades, das Correntes, das Chamadas, do Choros, das Companhias Castradoras que a impedem de voar. Quero que ela perca o “C”. E que “ase”. Como quem tem asas. Voando por aí.

Quero que ela não se perca “CÁ”. Que o largue também, para não sobrar um “SE” como pergunta eterna. Perder-se cá, seria ficar, nos lábios com muitos ses. Não! Que não haja “se” na vida dela. Em vez disso que “ase”, que case com a vida e com o mundo das possibilidades que o mundo abre a quem vai.

Se, pelo caminho, perder inícios e terminações, quero que ela seja sem “C”, sem “E”. Quero “as” melhores coisas, a abrirem portas às suas asas gigantes, tão mais pequenas do que o coração onde cabe amor para todas as estrelas do céu.

Sim, eu quero que ela case.

Quero que, na sua simplicidade, ela encontre caminhos seus, onde os espinhos sejam desfeitos em rosa. E a rosa seja aromática e plena, crescendo silvestre na poesia dos seus pensamentos mais loucos.
Casa, pequena, casa. Mas não com o “C”. Usa essa asa fechada atrás de ti. Deixa que abra. Letra a letra. A. Letra a letra. S. Letra a letra. A. Vai. É uma capicua de palavras. E um mundo que se repete no pedido mudo para que não te percas aqui.

Sim. Eu quero que ela case. 

Com o infinito onde moram as estrelas.

Com o coração onde o amor transborda.

Com o sorriso das possibilidades que moram no centro de uma paixão pela vida.



Marina Ferraz


*Imagem retirada da Internet




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