É um tumor
estranho, o luto.
Nasce da
morte e é irmão gémeo – mas falso - da saudade. Não cresce. Ele não. A saudade
sim. Cresce como se, mais do que irmã, fosse metástase. E, por vezes, numa
onda, embate contra nós. E ri-se. Com ela, traz fotografias e momentos que não
voltam. Por segundos, sente-se nos braços um calor que já não há. E ouve-se o
andar pela casa de patas que não estão. Arranca lágrimas atrás de sorrisos de
pedra. Faz chorar o chão, que se diz forte. E não se conforma.
O luto é
um tumor estranho.
E a
saudade, sua irmã, é raiz a envolver um coração que dói.
Mas ainda
olho para a fotografia com o mesmo sorriso. A memória também é tumor. Benigno,
para todos os efeitos. E quero tê-la comigo. Porque, embora doa um pouquinho no
roçar dos dedos da ausência, pensar em ti faz-me bem...
(e... um segredo... escrever sobre isso... também!)
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