Hoje a agenda está cheia. Não tenho um minuto para te dizer o quanto gosto de ti. Hoje não posso amar-te, não tenho tempo para sentir. Tenta entender. Os dias repetem-se. Todos os anos. Seguidos naquela lógica infernal: mês, semana, dia, hora…
Tenho repletas as páginas da minha agenda. Compreende, amor. Hoje não posso, como ontem não pude e antes também não. Não tenho tempo para essas coisas…
Ontem, tinha posto na agenda que às dez horas e um minuto da manhã, naquele minutinho exacto, ia pensar em ti. Ia pensar que te amava. Se tivesse tempo suficiente, mandar uma mensagem só a dizer que te quero, que te amo, que és tudo na minha vida. Mas ontem, logo ontem, o relógio parou às dez horas e não te dei um pensamento. Nem me lembrei! Tenta entender!
Há quanto tempo adiámos o nosso almoço para “amanhã”? Já não me lembro! Uns meses? Uns anos? “Fica para amanhã, então” – lembro-me de dizer e tu suspiraste, o suspiro soou triste e replicaste apenas “Sim, amanhã…” Há quanto tempo foi isso?
Hoje a agenda está cheia. A agenda está cheia e eu estou cansada. Como um ser automático sigo as ordens que as palavras rabiscadas nas folhas numeradas me indicam. Como não tenho um minuto livre para pensar, o relógio avança, devagar é certo, mas avança…
O nosso almoço está marcado para “amanhã”. O amanhã é o dia que está depois do dia que é sempre o “hoje”. O amanhã está sempre a um dia de distância e nunca chega… Mas “amanhã” estarei contigo.
Às vezes questiono-me porque não entendes. Porque não vês que tem de ser assim? Se eu tivesse um minuto, ele seria teu. Amo-te tanto!
Tenho marcadas na minha agenda as seis horas que vou dormir. Já devia ter adormecido por agora! Não posso atrasar-me amanhã. Mas agora tenho a cabeça cheia e ninguém para me ouvir. Os olhos preenchem-se de lágrimas que não verto e adormeço assim.
Às seis em ponto o despertador toca. Levanto-me e olho a agenda. Hoje a agenda está cheia. Não tenho tempo para te ver, quanto mais para me sentar e almoçar contigo. Tenho saudades tuas mas tenta entender… não posso! Fica para amanhã… está bem?
Marina Ferraz
Tenho repletas as páginas da minha agenda. Compreende, amor. Hoje não posso, como ontem não pude e antes também não. Não tenho tempo para essas coisas…
Ontem, tinha posto na agenda que às dez horas e um minuto da manhã, naquele minutinho exacto, ia pensar em ti. Ia pensar que te amava. Se tivesse tempo suficiente, mandar uma mensagem só a dizer que te quero, que te amo, que és tudo na minha vida. Mas ontem, logo ontem, o relógio parou às dez horas e não te dei um pensamento. Nem me lembrei! Tenta entender!
Há quanto tempo adiámos o nosso almoço para “amanhã”? Já não me lembro! Uns meses? Uns anos? “Fica para amanhã, então” – lembro-me de dizer e tu suspiraste, o suspiro soou triste e replicaste apenas “Sim, amanhã…” Há quanto tempo foi isso?
Hoje a agenda está cheia. A agenda está cheia e eu estou cansada. Como um ser automático sigo as ordens que as palavras rabiscadas nas folhas numeradas me indicam. Como não tenho um minuto livre para pensar, o relógio avança, devagar é certo, mas avança…
O nosso almoço está marcado para “amanhã”. O amanhã é o dia que está depois do dia que é sempre o “hoje”. O amanhã está sempre a um dia de distância e nunca chega… Mas “amanhã” estarei contigo.
Às vezes questiono-me porque não entendes. Porque não vês que tem de ser assim? Se eu tivesse um minuto, ele seria teu. Amo-te tanto!
Tenho marcadas na minha agenda as seis horas que vou dormir. Já devia ter adormecido por agora! Não posso atrasar-me amanhã. Mas agora tenho a cabeça cheia e ninguém para me ouvir. Os olhos preenchem-se de lágrimas que não verto e adormeço assim.
Às seis em ponto o despertador toca. Levanto-me e olho a agenda. Hoje a agenda está cheia. Não tenho tempo para te ver, quanto mais para me sentar e almoçar contigo. Tenho saudades tuas mas tenta entender… não posso! Fica para amanhã… está bem?
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet