terça-feira, 30 de maio de 2023

Roteiro de ti

 


Tenho escrito muitos textos sobre viagens. O foco é simples. Casas de férias e villas. Quintas, herdades e bungalows. Tendas e bocados de chão de ninguém. Pedaços de território que já toda a gente viu. Certificado governamental. Edifício de interesse público. Monumento Nacional. Galardão de Bandeira Azul. Classificação da UNESCO. 7 maravilhas universais, mundiais e lusas. Pedaços de território quase inexplorados. Ponto aqui. Pormenor ali. Detalhe mais ou menos rebuscado acolá. Proximidade do mar, da floresta, do centro. Enfoque na biodiversidade. Na festa A, B ou C. Religiosidade. Tradição. Gastronomia. Pós de perlimpimpim e uma palmadinha nas costas do viajante pela escolha. Porque não vai faltar nada. Conforto, comodidade. Tudo à espera. Bem-vindo a 7 dias fora da vida.

 

E tu.

 

Estradinhas junto aos olhos quando sorris. Prefiro fazer nelas a viagem. Não sei quanto tempo demora, mas não te metas pela autoestrada. Quero que demore. Gomos de riso na tua companhia. Sabores da frescura da terra, misturados com sal não refinado. Refinado é luxo a mais para quem precisa de pouco.

 

Sol no toque da tua mão e conforto no teu abraço. O melhor espetáculo do ano em cada nascer e pôr-do-sol. Uma vida noturna ativa nas festas de um bar com L. Permissão de animais de estimação, para todos os efeitos, mesmo que estejam a perder a pelagem de inverno e os tufos preencham o chão.

 

Sabores do mundo num beijo. Tempero de caril, cravinho e carinho. Planos desenhados nos trilhos do agora. Dizer vamos. E ir. Chocolates à meia-noite. Doze doces badaladas. Um brinde feito de vinho e licor comprados a quem só usa o que a terra dá. Folhas carcomidas pela biodiversidade caseira. Folhas apanhadas em prol da sustentabilidade. Incontáveis maravilhas e nenhuma necessidade de galardões oficiais. Pontos e pormenores e detalhes. Verdade como religião. Tradições novas na fogueira onde se queimam poemas e caixas de ovos.

 

Festinhas nas costas do viajante. Porque não pode faltar nada. Góia. Conforto, comodidade. Góia. Tudo à espera. Góia. Bem-vindo a 7 dias fora do tempo. Na vida. E que fiz eu de tão bom nesse passado de espinhos?

 

 

E o trabalho.

 

Tenho escrito muitos textos sobre viagens. Mas já fiz muitas viagens. Já estive nos melhores resorts. Já contei as estrelas em cima dos portões. Já vi estrelas nos lugares mais inóspitos, onde a luz não estraga o céu. E o melhor foi sempre voltar para casa.

 

Mas leio-te. Esse pequeno roteiro de ti. E quero viajar.

 

Porque tu, como viagem, não és viagem.

 

É chegar a casa.

 

E ela ser um Lar.


  Marina Ferraz




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terça-feira, 23 de maio de 2023

Na reserva

 

Fotografia de Ricardo Torb 

Andamos todos com a luz de reserva acesa. E as de emergência também. Já ninguém está simplesmente bem. Então, dizemos todos que estamos. Não é mentira. É só porque o modo de poupança de energia nos implora para não explicarmos que temos as luzes todas do painel a piscar.

 

 

Eu falo do verbo amar. E mantenho tudo o que sempre disse. Pobre do Amor e de todas as conjugações do verbo que o diz... Tratam-no mal. Mas, entendam, eu não acho que as pessoas não sabem amar os outros porque são cruéis ou levianas. Talvez algumas sejam. Mas acho que as pessoas usam mal o verbo porque para amar é preciso conhecer o Amor e para conhecer o Amor é preciso amar-se. É um conceito bastante evidente: não posso dar esmola se não tiver dinheiro. Não posso dar tranquilidade se não tiver paz. Como haveria de poder dar amor se não me amasse?

 

A estrada que seguimos, usando o corpo feito veículo, é uma estrada com muitos buracos e muito poucas estações de serviço. Fazemos a estrada a cantar a canção da rádio-mental onde insistimos em dizer, em forma de discos pedidos, que nos amamos. Mas o Amor que sentimos por nós mesmos não é (só) essa coisa de ir atrás do que queremos e de mandar um beijinho ao espelho ou de nos aceitarmos plenamente com todas as nossas capacidades, virtudes, defeitos e falhas. Amar, também no que nos diz respeito, é cuidarmo-nos. E é preciso muito para que nos cuidemos.

 

De refeições onde a nutrição é perto de inexistente, a dias onde o tempo é plenamente ocupado por trabalho e ecrãs luminosos. Dos vícios alimentados quotidianamente – drogas várias que são álcool e ópio, mas também nicotina, cafeína, açúcar ou outros venenos legais. A destruição do eu é um hábito rotineiro e quotidiano. Temos formas muito cáusticas de nos amar. Se é que sequer nos amamos.

 

Nas ruas, eu levo as olheiras. Debaixo de três camadas de camuflagem líquida – em tom porcellain, nº10 – de corretor. Mas levo. Olheiras. Tenho a luz de reserva acesa e já me acendeu a luz de bateria, de perigo, de alternador, de motor e de falta de óleo. Até a chavinha a dizer que é tempo de me levar à inspeção e revisão já aparece quando o despertador toca. E aqui estou. A escrever este texto, entre um texto e outro, com um café na mão e a tentar ocultar o cansaço com um muffin de chocolate...

 

Se fosse o meu carro, iria à bomba de gasolina para o atestar. Provavelmente com combustível aditivado para que ele ficasse bem nutrido. Se fosse o meu carro, iria ao mecânico com medo que o motor gripasse. Chamaria a ajuda, na forma de reboque, porque a bateria já não é suficiente. Mas não é o meu carro. Sou eu. Numa estrada com muitos buracos e muito poucas estações de serviço, onde o que me vai valendo é levar gente boa no lugar do pendura.

 

 

Andamos todos com a luz de reserva acesa. E as de emergência também. Já ninguém está simplesmente bem. Temos as luzes todas do painel a piscar. Talvez devêssemos ter para connosco o cuidado que temos com os nossos amigos de quatro rodas (ou duas) e ter cuidado com a manutenção do eu. Uma coisa é certa, não vai sair um modelo novo para comprarmos a prestações. Pagaremos apenas as prestações de um corpo que soma quilómetros. Prestações cada vez mais caras, que bem sabemos que as taxas de juro andam assim!

 

 

Estou no volante da minha vida e acho que estou a aprender a conduzir um bocadinho melhor. Mas vou como vai o mundo. Com as luzes todas acesas. Porque mesmo consciente de tudo isto, ainda só aprendi parcialmente a desacelerar. Vou indo a ca-Fé. Dizendo: seja o que os Deuses quiserem e tomara que o motor não gripe. A companhia na viagem é o que me vai valendo!


   Marina Ferraz




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terça-feira, 16 de maio de 2023

Ecos silentes

 

 Fotografia de Pedro Fonseca

Reverbera em nós. Cada palavra dita. E todo o pensamento inaudito. Não está na camada cutânea. Não é mancha. Nem sombra. Nem corte. Nem tatuagem. Os outros não veem. Nós esquecemo-nos de olhar. Fica lá. Algures. Até ao mergulho.

 

Soou. Trovão. Tinha muitas estórias tristes para contar sobre os tempos da felicidade. Um eco silente. E eu andava. E os outros não viam. E eu não via os outros. Era a primeira vez em muito tempo que sentia. A cabeça à tona do rio. O ar a entrar nos pulmões. O toque suave que tem a liberdade quando a palavra se vomita.

 

Olá. Disse a mim mesma. Em silêncio. Bem-vinda de volta. E a alma pareceu entender que era com ela. Demorando a reconhecer-se. Remergulhando em si para se encontrar, já que desvendar o ser é como dançar, num compasso sem trégua ou pausa. Uma espécie de mar sólido e seco. Cratera. Num agito que é sopro e ventania.

 

Perguntaram-me se estava bem, porque não falei durante milénios. E eu respondi sem palavras. Já as tinha gasto. Expliquei. Mas expliquei por gestos. Colocando a mão num rosto. Tomando-o num beijo. Despindo a roupa. Despindo o pudor. Amando.

 

Quis dizer Amor. Apercebi-me de que já tinha gasto essa palavra, juntamente com todas as outras. Tatuei-a para que ficasse lá. Na camada cutânea. Porque me pareceu triste que o amor tivesse o destino de cada palavra dita e de todo o pensamento inaudito.

 

Fui outra vez. Eu. Uma espécie abismo. Porque todo o abismo é escuridão em altura. E eu ainda tenho muito espaço para voar antes do impacto. Fui outra vez. Eu. Uma espécie de projeto. Porque sonhos são pequenos fragmentos de impossível, criados para quem quer inconcretos. E eu estou farta. Descobri-me farta. Quero só improváveis porque os impossíveis cansam as almas de ciência. Para mim, conquista ou falha. Deixem a ilusão para os Narcisos. Eu. Uma espécie de semente. Que rasguei e rompi e saí do chão. Depois de caída no chão. Depois de deitada ao chão. Depois de todas as lágrimas que me foram rega.

 

Fica lá. Algures. Até ao mergulho. Não dizemos isto nem coisa alguma que se lhe pareça. Somos corpos-eco a andar nas mesmas ruas que as máquinas. Pessoas artificiais roçam-nos os braços por entre as multidões. As outras dão-nos um choque elétrico no contacto indesejado. Reconhecemos – em gestos – esses ecos silentes. Respondemos – em gestos – porque as palavras estão gastas.

 

Ocasionalmente, na noite. Enlaçamos as línguas e falamos boca-a-boca sobre como foi renascer. Renascer é – segredamos em gestos – sentir todas as dores do parto para nos darmos a nós mesmos. Embalamos os nossos pequenos e renovados “eus” à luz da lua.

 

Não é mancha. Nem sombra. Nem corte. Nem tatuagem. Mas a lua faz brilhar o gesto. Reconhecemos a essência. E vamos gritando. Assim. Rompendo a terra. Estendendo braços ao céu. Desvendar o ser é como dançar, num compasso sem trégua ou pausa. E eu ainda tenho muito espaço para voar. Antes de.


   Marina Ferraz




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terça-feira, 9 de maio de 2023

Criança interior

 


 Fotografia de Analua Zoé

Afaguei-a nos braços. E sussurrei. Obrigada. Ela estava cansada de tantas fugas. Tinha passado por entre as gotas de chuva ácida do mundo dos grandes. Ainda bem que era pequena. Quis perguntar-lhe como era sobreviver apesar de... mas ela já tinha adormecido. Era a primeira vez que se sentia segura.

 

 

O mundo dos grandes era cruel. Foi sempre cruel. Os grandes queriam, descobrira cedo, que ela fosse grande também. Mentiam muito, era verdade, mas nunca sobre isso. Nisso, desde o começo, tinham sido honestos. Começavam muitas frases com “quando fores grande...”. Repreendiam-na porque “não era coisa de menina crescida”. Até os estranhos lhe perguntavam: “o que queres ser quando fores grande?”. O problema. O grande problema. O problema grande era... Ela não queria. Ser grande.

 

Observando, em silêncio, o mundo pequenino das gentes grandes, ela ia descobrindo uma grande verdade: tudo era reduzido a nadas. Era um nada tão vazio que era plural. Nadas. De linhas retas nos lábios, os grandes iam alisando as curvas dos sorrisos dos pequenos, insistindo que eles deviam seguir-lhes os passos. Parecia ser algo triste e aborrecido.

 

Ignorando-os, foi voando na imaginação de outros mundos. Seus. Como não eram concordantes com a filosofia dos grandes, disseram-lhe sempre o mesmo. Que esses mundos não existiam. Esses mundos eram uma espécie de fé só sua. E, embora os grandes estivessem dispostos a crer num Deus que nunca tinham visto, negavam todos os outros Deuses com o argumento de que não os tinham visto. Os mundos, decidiu, eram esses outros Deuses que os grandes se recusavam a aceitar. Deviam ter medo que o mundo deles se ofendesse com os outros mundos... mas não entendia bem qual o castigo premente dessa crença, se o mundo em que os grandes viviam parecia ser já, em si, Inferno.

 

Troçaram-na. Castigaram-na. Vestiram-lhe o uniforme e mandaram-na para o abismo. Deram vergastadas nas mãos que tentavam agarrar os sonhos. Desligaram as luzes dos túneis que ela ia encontrando. Apontaram dedos tiranos na direção de todos os caminhos certos, palmilhados por gente que se esquecera de vestir a alma de manhã.

 

E ela? Ela pegou naquela centelha de pó de fada. Porque acreditava em fadas. Pegou na chave que dá entrada para o Reino dos Sonhos. Disse ao corpo: fica aqui e finge ser como eles, da mesma forma que eles fingem estar bem. Levou a alma e o coração a passear. Fora da carne. Plantou-os à beira-rio, mesmo à porta da Floresta Negra. Falou brevemente com o Vento do Norte e disse: protege-me. Ele chamou-lhe Amanda. Não era um nome. Significava só: aquela que é amada. E ela prometeu, ali, que nunca gastaria em vão a palavra Amor.

 

O corpo foi correndo o tempo do tempo. Até ganhar rugas de expressão e cabelos brancos. Inerte e ausente, visitava por vezes esse eu que era amado. Lá. Onde se refugiara da guerra diária que é querer ser pequena.

 

 

 

Duas crianças abraçaram-me. Era a Laura e o Tomás. Disse-lhes um poema. E abraçaram-me. Quando me largaram, tinha-a nos meus braços. Olhei-a. Reconheci-a. Afaguei-a nos braços. E sussurrei. Obrigada. Ela estava cansada de tantas fugas. Tinha passado por entre as gotas de chuva ácida do mundo dos grandes. Ainda bem que era pequena. Quis perguntar-lhe como era sobreviver apesar de... mas ela já tinha adormecido. Era a primeira vez que se sentia segura.

 

 

Olhei-a. Integrei-a. Fui-a. E hoje sou. Sou o corpo grande com a alma pequena. Tão pequena, tão pequena... que cabem nela muitos tudos. Um tudo tão pleno que é plural. Tudos. Se um dia for grande, acho que quero ser Vento do Norte. Para dizer à Laura e ao Tomás e a todas as Lauras e Tomáses que são Amandas. Que serão amadas apesar de... Que outros Deuses existem. Que outros mundos existem. Que fadas existem. Que a magia existe. Assim como tudo o que os grandes não veem, porque os mandaram ser grandes... e eles se tornaram tão pouco... que são só isso.


Marina Ferraz




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terça-feira, 2 de maio de 2023

Um pouco de tudo

 


Não se enganem. Eu vou ser um pouco de tudo. E, depois, vou ser a melhor pessoa do mundo.

 

 

Sobre mim? Sobre mim hão de criar muitas teses. Muitas delas não serão publicadas. Algumas serão. Das que serão, algumas – poucas – serão entendidas como sendo sobre mim. Essas afetarão algumas almas. Serão ignoradas por outras. No fim, o sumo que sai dessa fruta é muito escasso.

 

Dirão que sou manienta e rude. Obstinada. Arrogante. Falsa. Dirão que tenho ideias mirabolantes sobre a Vida, a Morte e o Amor, mas que não sei viver nem amar e que morrerei mal, de certeza, porque nunca fiz nada da maneira indicada ou coerente... e não será na hora da morte...

 

Vão dizer que eu fiz muitas coisas. Algumas fiz. Ah, se fiz! Fiz mesmo! E algumas fiz de propósito, outras sem querer. Algumas porque as situações me levaram a isso, mesmo se eu não queria fazer o que fiz. Outras porque o manual de sobrevivência vinha antes da Bíblia dos outros e eu também nunca quis saber realmente qual o papel que os outros usam na casa de banho... ou o que ele diz.

 

Tenho a certeza de que algumas pessoas também irão confundir-me com a Matemática e dizer que sou difícil. Difícil, na atualidade, é nome de uso corrente para todas as pessoas que o são. Pessoas. Ao contrário da Matemática, eu resolvo os meus problemas sozinha e os limites, principalmente os da minha paciência, não tendem para infinito. Sou difícil e reivindicativa sim. Mas sou-o com muitas coisas que importam mais do que a pequenez do mundo dos outros. Sou-o com guerras e governos e coisas picuinhas, como isto de os media mastigarem a informação como o meu médico gostaria que eu mastigasse a comida. Mas, se engulo o bolo alimentar com pouca mastigação, compenso-o justamente na dificuldade. Essa, de engolir as palavras dos outros.

 

As vozes que se erguem sobre mim não são mais do que o reflexo das palavras mastigadas para outros engolirem. E eu serei a manienta e a rude, a obstinada, a falsa, a puta, a déspota, a tirana, a louca, a problemática... serei aquela que fez e aconteceu e teria feito e acontecido. Serei.

 

Eu vou ser um pouco de tudo, meus amores. A manienta e a rude, a obstinada, a falsa, a puta, a déspota, a tirana, a louca, a problemática... mas também ignorante, imbecil, presunçosa, rasca... monstro. Sim. Monstro. Como disseram à minha mãe que eu viria a ser, estava eu ainda em tenra idade.

 

Eu vou ser um pouco de tudo. E, depois, vou ser a melhor pessoa do mundo.

 

Quando eu for a melhor pessoa do mundo, já não estarei cá para ouvir. Felizmente. E quem ouvir vai irritar-se porque sabe. Sabe que nunca fui a melhor pessoa do mundo, principalmente nas vozes que agora querem dar-me no céu o lugar que eu vivi a evitar.

 

 

Enquanto fui tudo o que não era, lutei. Lutei sabendo que nunca veria a diferença no mundo. Mas que, como sempre insisti, queria fazer parte dela.

 

 

Ninguém saberá que fiz parte dela.

 

As pessoas vão dizer. Que fui a melhor pessoa do mundo.

 

Não sou.

 

E elas só o dirão porque são espelho de tudo o que me chamaram primeiro.


   Marina Ferraz




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