terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

O meu paraíso

Não sei por que caminho segui porque não me lembro de ter mudado de rumo, mas sei que mudei porque o coração sentiu a diferença!
Andava à procura da mais utópica liberdade, da mais frustrante solidão e, enquanto caminhava nos vales e nos mares de incertezas do meu pequeno mundo, vi nele o brilho prateado da lua num olhar tão profundo que não deixava duvidas e que nunca poderia ser mal interpretado.
Soube exactamente o que significou para ti porque para mim foi o encontro com a liberdade, o adeus à tristeza e o retorno ao sorriso.
Já tinha ouvido falar de distâncias que uniam mas nunca pensei que isso existisse de verdade até te reencontrar e sentir o mesmo bater profundo de coração que senti quando me disseste o primeiro "até amanhã".
Não sei exactamente por onde seguir agora que já não estás, porque as saudades estão a apertar demais e já não consigo dormir em paz sem ouvir primeiro a tua voz. Lembrar tudo o que se passou naquela sexta á tarde é como lembrar a ultima visita ao paraíso!
E agora que sei onde estás e como te encontrar, quero desejar que a distância não separe o que o tempo juntou.
E porque a amizade é vida, jamais esquecerei esta tarde no paraíso!


Marina Ferraz

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Encontrar razão


Ando perdida, taciturna, neste mundo onde nada está por descobrir.
Se choro, mostro a fraqueza de uma alma infame, se rio, os que me conhecem, dizem-me que a tristeza dos meus olhos supera as palavras e os sorrisos. Não sei porque estou assim! Busquei certezas no mar das utopias e só encontrei a saudade, fechada na caixinha do tesouro que são os sonhos.
A quem me chama, eu viro as costas com medo de voltar a sentir! É bom não saber se o amanhã vai ser mais do que outra despedida.
Perdi pessoas que amei e, muitas delas foram para onde não as podia seguir... As lágrimas que chorei são o segredo que não digo porque o coração esqueceu-se de contar, as vezes que acordei a chamar os seus nomes foi igualmente incontável, o número de vezes que imaginei que eles voltavam... bem, acho que ainda guardo a esperança de os ver voltar!
Foi há três anos e parece-me que foi há uma eternidade! Os dias sem as pessoas que foram realmente especiais para nós são os mais longos e, foi exactamente há três anos que os dias aumentaram para mim!
Não encontrei razão para voltar atrás e dizer adeus e hoje... hoje procuro alguma razão para explicar como pude ser tão egoísta e não querer sequer dizer o derradeiro adeus quando me disseram “eu gosto de ti!”...
Mas eu era tão jovem ainda... como poderia eu saber que era a ultima palavra? Como podia eu adivinhar que nunca mais poderia dizer-lhe que achava que era muito especial. Bem sei que agora é tarde para lhe dizer que ele era essa pessoa, porque agora ele já não está aqui para me dizer que aquele era o adeus para sempre e que, na verdade, fora bom ouvir o que eu dissera!Mesmo assim, se ele aqui estivesse, sei que me diria para dizer que nunca vou esquecer o quanto ele foi maravilhoso e, por isso, aqui vai: “foste um dos melhores amigos que alguma vez tive. Adoro-te! Sempre te adorei! Estejas onde estiveres agora, espero que saibas o que a tua amizade significou para mim...”

Marina Ferraz

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006



















*Imagem retirada da Internet

Labirinto

A minha vida anda um labirinto. Perco-me em becos e a acho-me em caminhos, sem saber bem se o que quero é chegar ao fim ou voltar para trás.
Por vezes a vida fica triste, fica fria e aí penso que sair seria a solução, outras vezes encontro diamantes no caminho e guardo as pedras preciosas que aos olhos dos outros não são mais do que lixo.
Cada vez que me perco, cada vez que me encontro, cada vez que fecho os olhos tentando encontrar o melhor caminho a seguir, lembro-me que já arrisquei muitos dos meus "diamantes" e que agora é tarde para voltar atrás, é tarde para os recuperar. E então, mais conformada, sigo o caminho que erradamente escolhi para mim, acreditando que fiz o que estava certo e, o mais engraçado, é que acredito que fiz o que estava certo.
Acho que devia parar uns minutos e pensar no que fiz, ter noção que magoei pessoas, que desisti de sonhos, que mudei de rumo e que sempre, sempre o fiz sem pensar. Segui o que muitos chamam de "destino" e não me tornei mais feliz por isso.
Está na hora de ser eu a escrever o meu "livro" da vida, a dar os passos que me soam melhor. O que está feito, feito está. Não posso apagar o que fiz nem recuperar o que perdi, mas daqui para a frente posso-me tornar alguém melhor e ser mais feliz.
Afinal, "A felicidade não está na chegada mas sim nas curvas do caminho", não preciso de atravessar todo o labirinto da vida para encontrar a felicidade. Porque afinal, se virmos bem, não vamos viver para sempre e mesmo que a morte me leve, mesmo que a vida acabe dentro de pouco tempo, ia querer ter tido um momento de intensa felicidade.
Está na hora de parar de deitar fora os meus mais preciosos bens, afinal, nem todos os diamantes brilham de igual maneira...


Marina Ferraz

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Desistir

Estou cansada demais para continuar a agir como sempre agi. Nada corre como eu quero, nada é o que eu queria que fosse.
Não consigo fazer as coisas que gosto porque algo se pôs entre mim e a felicidade. Agora que não sei o que tem sentido vou desistir.
Não mais nada a dizer. Nada novo para descobrir. Nada de nada...
Acho que estou a morrer por dentro...


Marina Ferraz

Se sou o que já fui...

Nem sempre se torna fácil acreditar que podemos ir mais longe, ver mais, ser mais, encontrar o melhor e viver intensamente.
Eu não ando em busca de um mundo perfeito, ou de um amor perfeito (ou de qualquer amor, para dizer a verdade) e nem mesmo daquele mundo de sonhos que, quem me conhece, sabe qual é.
Na verdade eu sentei-me a ver a vida passar e agora que quero viver não encontro nada de "meu".
Não sei se as palavras são o melhor ou se devia parar de as escrever, não sei se o melhor é acreditar em sonhos ou viver a realidade. Nem sequer sei porquê que a realidade não pode ser sonhada...
Agora que eu sou um nada, pergunto-me o que antes fui! Não sei quem era, não sei quem sou, não sei quem quero ser. A minha única certeza é que quero partir para bem longe e não voltar mais. Quero ser um pássaro, ter asas e voar até ao azul do céu e não ter nada a prender-me.
Talvez seja errado pensar assim, mas é isso que sou, se for o que um dia fui!!!


Marina Ferraz

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Desabafo

Eu podia chorar quando ouço alguém de quem gosto dizer coisas nas quais não acredito! Mas, a verdade, é que neste momento sou quem sou, faço o que faço e ja não quero saber de mais nada!
Não vou tentar aproximar-me de quem se quer afastar... nem sequer tenho esse direito (e vontade não sei bem!)
Os meus sonhos estão mais perto de mim do que alguma vez estiveram e, por isso mesmo, acredito neles.
Quem não quiser ver-me do modo como estou agora, não olhe para mim!
Não vou mudar nem de atitudes, nem de maneira de ser só porque alguém, seja quem for (e eu sei quem é) acha que eu o devia fazer.
Não acredito no amor! Escolhi desistir de amar... e daí? Tenho o direito de escolher o que quero ou não!



Marina Ferraz
Hoje perguntei-me o porquê da vida... a verdade é que viver não tem sentido.
Há quem diga que não perdemos uma pessoa por deixar de amá-la e sim quando desistimos de a amar! Eu não podia concordar mais...
É difícil escolher entre um amor e um sonho, eu nem sequer vacilei na escolha! Escolhi o que era real para mim... o amor é uma utopia!
Talvez eu nunca consiga voar mais algo, ver mais e melhor. Mas, apesar de tudo, não custa muito acreditar que existe algo para além do que se vê.
Hoje alcancei uma pequena vitória e, aí vi o meu verdadeiro amor, o meu amor pela poesia e pelas palavras...
Agora basta esticar a mão e fechá-la para alcançar o que quero e para esquecer a tristeza que me atormenta.
Bem, aos meus amigos, obrigada por tudo! Principalmente queria agradecer à "Narizinho", que acreditou em mim até mesmo antes de saber acreditar...



Marina Ferraz

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Algures, onde eu pertenço...

Há um lugar dentro de nós que não se pode completar com fama, com carinho, com realização pessoal, com sonhos ou felicidade. Uma parte de nós precisa de amar, de ver mais, de saber mais, de conseguir alcançar até o mais inalcançável aos olhos dos outros. Para mim, porém, o amor não preenche esse espacinho do coração.
Um dia acreditei no amor, um dia sofri por amor e, por fim, um dia comecei a ver o que é real para mim. E aí o amor tornou-se uma utopia... não existem grandes paixões, apenas grandes momentos!
Não posso falar de amor... não sei se ainda sou a menina que acreditava em sonhos, acho que algures me transformei, algures perdi toda a minha verdade, todo o meu saber, toda a minha felicidade.
Sei que é impossível ser feliz escolhendo a solidão, só que, no mais profundo do meu ser, eu sei que nunca vou estar sozinha... Há quem lhe chame solidão, mas para mim é apenas liberdade e eu quero ser livre, é o que mais desejo.
Por mais que eu lute contra os medos serei fraca, eu sei disso. Mas a minha maior certeza, neste momento, é que ser fraca dentro da fortaleza não é muito mau, desde que seja forte nas provações... por isso não desisto de lutar pelos sonhos e não desisto de tentar ser feliz. Apenas abdico daquilo em que não acredito... abdico do amor!


Marina Ferraz