Marina FerrazOlho em redor…
Estou só, profundamente só.
Não é a solidão doce de quem é solitário
É a solidão dura, constante
Daqueles que olham em redor
E estão sós, ainda que haja gente.
A noite cai – Escura, fria – uma noite…
O vento que passa, não passa de brisa
Afaga-me o cabelo revolto,
Deixa-me a pensar nos dias de sol
Daqueles tempos tão irreais,
Nos quais fui uma rapariga a sorrir
E os sorrisos eram a alma, o sangue, a vida…
Caio no desespero das horas tardias
Ergo o olhar para o céu
Sozinha, sempre sozinha, triste…
Que fiz eu para acabar assim?
Não há respostas… só o silêncio
O vazio silêncio de quem está só
Mas olhando o céu esboço um sorriso
Lembro-me, por momentos, recordo!
Há um mundo…
Um mundo diferente e só meu
O mundo que é como este céu
E onde – por milagre -
Restou o brilho das estrelas!
(Poema do meu livro "Fragmentos de Mim")
*Imagem retirada da Internet