sábado, 22 de setembro de 2007

Ama-me

Quero que me ames mas, quando me amares, fá-lo pelos meus olhos, pelos meus lábios, pelas minhas palavras, ditas ou pensadas, pelos meus segredos, pelo meu corpo, pelo meu modo de agir, pela minha personalidade. Quando o fizeres, fá-lo porque gostas de mim.
Não me ames por pena, não te aproximes se quiseres partir, não lutes contra ti mesmo para estares comigo. Não te magoes nem brinques com o que sinto, não me fales para virares costas às minhas respostas, não me procures para me abandonares.
Ama-me pelo que sou, pelo que achas que tenho de bom, pelo que posso partilhar… não o faças pelo que os outros dizem de mim.
Ama-me pelo que de mim conheces, pelo olhar que te dedico, pelos poemas que te escrevo ou que escrevo por escrever e julgas que são teus.
Ama-me por amar, ama-me sem motivo, ama-me porque o queres fazer.
Mas não venhas ter comigo como um sacrificado em direcção à morte, não me abraces desejando ter outra pessoa em teus braços, não me beijes se não forem os meus lábios os que sentes. Não me tentes amar! Ama-me ou não, mas faças o que fizeres, não o faças pelo que eu sinto, não o faças por pena de mim, não me enganes mais.
Porque maior do que a dor de não me amares é a dor de saber que se vieres virás infeliz, ficarás infeliz e me culparás pela tua infelicidade.
Ama-me, sim! Ama-me porque quero muito que me ames mas, peço-to: ama-me só se o que sentires por mim for, de facto, amor!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet