Eu sei que pode ser otimismo exacerbado. Mas eu ainda acredito que é possível aprender...
Algumas crianças não são fáceis. São inocentes. Acreditam em mundos além do mundo. São insistentes. Fazem perguntas intermináveis. Exploram a paciência de quem as rodeia com as suas vontades, as suas manias, as suas teorias insensatas sobre as coisas.
Algumas crianças não distinguem uma pessoa da outra. Confiam. Colocam-se em risco pela confiança. Outras, escondem-se atrás da primeira entidade ou objeto, quando sentem a primeira centelha de perigo. Para compensar, correm como se não pudessem cair. E caem. Magoam-se. Choram. Fazem ocasionais birras porque querem algo que está fora do alcance. E depois tentam outra vez. Batem com a cabeça na esquina do móvel. Voltam a chorar. E repetem a seguir.
Algumas crianças gostam mais de olhar pela janela para ver os pássaros e a neve, do que de enfiar as cabeças nos livros de ciências que lhes falam dos pássaros e da neve. Algumas pintam nas paredes, sem o mínimo de respeito pelos custos de uma pintura interior. Algumas cantam alto durante as viagens. E perguntam se falta muito para chegar. Ficam entusiasmadas com a ideia de chegar.
Algumas crianças largam a mão para correr, mesmo depois de lhes terem dito para não largarem a mão e não correrem. Saem dos quartos, mesmo quando estão de castigo. Fazem o que querem e lhes apetece. Algumas crianças vão fazer asneiras e pedir desculpa a seguir. Vinte vezes consecutivas. A mesma asneira. O mesmo pedido de desculpas.
Eu sei que pode ser otimismo exacerbado. Mas eu ainda acredito que é possível... tem de ser... Com o esforço, empenho e dedicação certos, eu acredito que é possível - para qualquer adulto - aprender com elas...
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