domingo, 30 de dezembro de 2007

Ensina-me (carta ao amor)


Não me ensinaste a vida, apenas lhe deste algum sentido ao mostrares-me que, em algum lugar, contigo, eu podia ser feliz.
Não me ensinaste a ser feliz, apenas me fizeste sorrir quando estava mal, mostrando que os pequenos milagres estão em todo o lado.
Não me ensinaste a sorrir, apenas me fizeste ver a vida com os olhos mais abertos.
Não me ensinaste a ver, apenas me mostraste que tu, cego e lindo, nos levas mais longe do que qualquer outra coisa no mundo.
Nunca me ensinaste nada! Fui sempre eu a colher lições das tuas palavras, a retirar palavras dos teus gestos, a dar de mim como nunca antes tinha feito.
Mas hoje, na ilusão das horas, gostava que me tivesses ensinado tudo: a vida, a felicidade, o sorriso, o olhar... porque, quem sabe, se tivesses sido tu a ensinar-me tudo isto, talvez conseguisses ensinar-me a única lição que jamais aprendi...
Amor… ensina-me a esquecer-te!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

As manhãs de Dezembro


Em Dezembro amanhece lentamente. O sol nasce devagar por entre os arranha-céus, não tem pressa de chegar, não tem compromissos…
A cidade é sempre escura em Dezembro. O chão molhado torna lamacentas as pedras da calçada, rouba-lhes o imaculado branco dos dias de Verão e faz com que a multidão que se reúne nas ruas seja apenas um aglomerado de gente anónima e mal-humorada.
Eu olho pela janela do meu quarto. As pessoas que passam não me vêem, passam apressadas em direcção aos empregos. Têm mil pensamentos na cabeça. Pensamentos que ficam e atormentam ou que passam sem passarem de pedaços fragmentados de ideias pouco importantes.
Em Dezembro a cidade inunda-se das luzes dos faróis e de expressões sisudas. O céu deixa de ser azul. A cidade vive e morre nas manhas de Dezembro.
E eu sou como a cidade. O sol demora a nascer no meu sorriso, a água cai do meu olhar tal como cai a chuva lá fora. Também eu vivo e morro nas manhãs de Dezembro
.

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sábado, 1 de dezembro de 2007

Para a felicidade...


Escrevi mil vezes sobre a minha dor! Falei das lágrimas, dos sorrisos tristes, da saudade que fica no fim de algo bom que passou e não voltou mais. Falei de todos os meus tormentos, aumentei cada bater inseguro do coração até à morte tortuosa de uma alma que continua viva e nunca há-de morrer.
Hoje, não vou falar da tristeza que voltarei a sentir nem vou dizer que a saudade se voltará a apoderar de mim porque, desta vez, sei que o que vem depois não importa.
Este texto é para ti, minha amiga! Tu, que apareces poucas vezes mas que, quando apareces, alteras tudo o que há de mal na minha vida. Tu, que na simplicidade dos teus gestos, consegues criar sorrisos no meu rosto. Tu, que me abandonas mas que voltas sempre que estou prestes a desistir e me dás força e alento. A ti, Felicidade, dedico cada palavra deste texto e deste dia no qual me sinto tão bem.
Marco esta hora com o teu nome: Felicidade! Sem promessas, sem contratos, tu chegaste e arrebataste-me da mesma forma. Criaste em mim este sorriso com o qual estou certa que vou adormecer e duvido que vá acordar. Mas não importa o que vai acontecer porque tu, minha amiga de horas breves, estás aqui agora e, agora, eu adoro a tua presença. Estou finalmente a viver o presente, a atingir o significado doce da expressão “carpe diem”.
É por momentos destes que vale a pena viver… e eu vivi um destes momentos num local chamado AGORA.
Felicidade: Tu chegaste nesse momento... não vás embora tão cedo!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Nesse dia




Um dia chegamos à conclusão que o amor existe mais nos sorrisos do que nas lágrimas e desistimos de chorar por amor.
Isto porque o amor não é um sentimento triste nem cinzento mas antes o arco-íris da vida.
E chega o dia em que compreendemos que abraços não são promessas e beijos não são contractos. Talvez amar passe por aceitar a palavra “adeus”, talvez amar passe por aceitar os poucos momentos em que não importa o que vai acontecer no futuro, talvez amar não seja esperar um “para sempre”.
Porque quando ouvimos promessas mudas em abraços fortes ou nos deixamos levar pela ideia de que um beijo é uma aliança, deixamos de amar. Porque não se ama o que se possui, amar não é querer ser dono de alguém.
Quantas vezes, por amor, não ficamos sozinhos? Porque amar também é libertar, amar também é aceitar que a distância, por vezes é a melhor solução.
Um dia compreendemos que o amor não deixa de ser amor só por não ser correspondido e, nesse dia, acabam as lágrimas, acaba a dor e resta apenas o enorme orgulho que é sermos capazes de amar alguém, sem exigir que essa pessoa nos pertença.

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sonhei-te


Na loucura das minhas horas que não são verdadeiramente minhas, quis-te, sonhei-te.
Aproximavas-te, beijavas-me o rosto, depois os lábios, deixávamos que o beijo não dissesse tudo, que o abraço o completasse mas que não bastasse ainda.
Éramos juntos um só, por entre a escuridão da noite éramos luz. As angustias voavam para longe, sobre o mar, nas asas das insensatas gaivotas e caíam, afogavam-se. Não havia mais medos, mais dores, mais nada...
Eu e tu, perdidos na noite, sem querermos saber de nada mais...
Perdidos nos beijos que tinham sido e já não eram, nos abraços que tinham crescido, soltos na nossa própria magnitude.
Então, num sussurro, dizia que te amava. Tu repetias o mesmo. Insensatez... loucura a minha! Ainda que nos perdêssemos em beijos que não crescessem e em abraços que não evoluíssem, nunca seria mais. Sonho, ilusão! Podia ter sido real, talvez... se não tivesses dito as palavras pelas quais anseio tão loucamente.
Acordei. Quis-te. Sonhei-te. Não estás!
Visões de tempos impossíveis, os meus sonhos. Que faço eu? Que digo? São desejos irreais, impossibilidades...
Sonhei-te! No meu sonho eras mais que tu, acordada sei que és apenas um sonho...

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Semente


Era uma vez uma pequena semente, tão pequena que um dia, quando vento passou, a levou para longe, conduzindo-a até ao árido deserto, onde a deixou cair.
A pequena semente, ciente do seu tamanho e da sua fragilidade, teve medo. Sabia que podia sufocar com o calor ou ser comida por um animal e então, cedendo aos seus temores, enterrou-se na terra e deixou-se lá ficar escondida.
Passou dias sem fim naquele lugar escuro, ansiando por um pouco de luz mas sem coragem de se mover até que um dia de manhã, quando acordou, reparou que já não mais era uma pequena semente, tornara-se um rebento. Dias depois já era um botão, e em algumas semanas, virou uma flor.
A flor cresceu e cresceu mais um pouco. Era linda, forte e, acima de tudo, era única naquele lugar...
A vida, no entanto é efémera e, não tardou muito até que toda a majestade da flor se desvanecesse e a morte a tomasse.
Quando morreu, no entanto, deixou cair na terra várias sementes, todas pequenas como ela mesma fora e, hoje em dia, em vez de um deserto, existe um jardim...
Mas o que teria acontecido se o vento não arrastasse a semente para o deserto? Que teria acontecido se a semente não tivesse medo? Que teria acontecido se a flor não murchasse?
O vento arrastou a semente para o mais inóspito dos lugares, o medo manteve-a escondida até estar pronta para sair e a morte fez com que em vez de uma só flor surgisse um jardim...
Quantas vezes não temos de ceder aos nossos medos, de morrer um pouco por dentro e de desistir de um pouco de luz para depois, finalmente, termos um jardim em vez de um deserto no nosso coração?
Eu sou uma semente, estou com medo e vou-me esconder debaixo da terra, vou crescer, regada pelas minhas próprias lágrimas e subir na direcção do céu azul. Vou morrer um pouquinho por dentro, dar o melhor de mim e ser a flor que cresce no fim do mundo, onde tudo é árido.
E vou esperar e esperar um pouco mais que voltes para que o jardim que surja seja, pelo menos a meu ver, o mais bonito de todos...

texto de Dezembro 2006

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sem rodeios...


Consegues ler-me a alma num simples olhar. E, com um olhar, corrompes o meu coração, levas todas as minhas certezas para um reino qualquer onde nada é certo além deste amor.
Perco-me no labirinto dos teus olhos, pouso as armas quando o teu exército neles chega e me tenta roubar a vida.
O teu olhar mergulha no meu e sei que me vês a alma. Sinto-me nua, desprotegida… não te importas!
Deixas os teus olhos caírem nos meus até que eu caia no abismo e me segure nos teus braços. Porque apenas os teus braços me podem segurar e apenas o teu olhar me derruba. Mas eu deixo! Deixo que os teus olhos destruam toda a minha fortaleza de emoções e me tornem fraca. Deixo que entres na minha alma, como entraste na minha vida e me roubes até o mais ínfimo suspiro. Porque quando caio nos teus braços sinto que a vida, ao esvair-se na minha desistência, é finalmente vida.
É nos teus braços que sonho morrer. Quero cair no teu olhar, fechar os olhos no teu beijo, dormir no teu abraço e nunca mais acordar…

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Fala-me de ti...


Sou assim! Sou água e terra, sou desespero e amor, sou utopia e desilusão.
Sou escritora de palavras por escrever, diria mesmo, de palavras por inventar. Quando me deixo sobrevoar o meu mar de anseios sou uma gaivota triste com um bater de asas carente e um pio mudamente afinado…
Sou uma princesa trajando trapos em cada cerimoniosa vénia, sou pedinte que não deseja mais do que receber na sua mão aberta um coração.
Sou tudo no nada em que me revejo e não sou ninguém…
Esta sou eu! Não posso jamais definir-te como me defino porque não és como eu ainda quem em mim mores…
Fala-me de ti como te falei de mim… diz-me quem és porque, de ti, solidão, apenas conheço o que me fazes sentir!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pedidos vãos...
















Não quero amar assim. É loucura amar alguém tão cedo, é loucura amar alguém tão diferente, é loucura amar como sinto que começo a amar-te.
Peço e imploro aos céus que te levem da minha cabeça e reprimam este princípio de fim. São pedidos vãos! Cartas, mentiras, mentiras que são verdade e cartas que são filosofias de pensamento. Eu aqui… perdida nelas à espera de uma palavra tua que não chega porque não sabes o que sinto… não sabes e espero que não descubras!
Não quero amar assim, não quero pensar que pode haver uma possibilidade além da estrada, do precipício, do labirinto, das imponentes muralhas.
Não quero ter de seguir tal trilho, cair em tal precipício, perder-me nas ruelas infinitas de um labirinto, escalar muralhas de dor para, no fim, descobrir que é impossível amar-te.
Sei-o já! Sei que é impossível e não o desejo. Imploro a todas as possíveis divindades que apaguem tudo o que começa a surgir no meu insensato coração. Pedidos vãos… sei-o bem e é isso que me assusta!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sábado, 20 de outubro de 2007

As minhas 7 maravilhas




Foi um desafio de outro blogue, este de eleger as minhas sete maravilhas.

Ao fim de algum tempo concluí que, ditos de forma aleatória, eles são :


1. Família
2. Amor...
3. A minha querida Nônô (que se enquadra nos pontos 1,2 e 4, também)
4. Amigos
5. Académica =) (BRIOSA!!!)
6. Música
7. Certas pessoas que entram de determinadas maneiras na nossa vida emotivo-académica


A todas as minhas maravilhas e a todas as pessoas que delas fazem parte por serem uma luz na escuridão da minha vida e as tornam tão importantes para mim um grande, profundo e sentido... OBRIGADA!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sábado, 22 de setembro de 2007

Ama-me

Quero que me ames mas, quando me amares, fá-lo pelos meus olhos, pelos meus lábios, pelas minhas palavras, ditas ou pensadas, pelos meus segredos, pelo meu corpo, pelo meu modo de agir, pela minha personalidade. Quando o fizeres, fá-lo porque gostas de mim.
Não me ames por pena, não te aproximes se quiseres partir, não lutes contra ti mesmo para estares comigo. Não te magoes nem brinques com o que sinto, não me fales para virares costas às minhas respostas, não me procures para me abandonares.
Ama-me pelo que sou, pelo que achas que tenho de bom, pelo que posso partilhar… não o faças pelo que os outros dizem de mim.
Ama-me pelo que de mim conheces, pelo olhar que te dedico, pelos poemas que te escrevo ou que escrevo por escrever e julgas que são teus.
Ama-me por amar, ama-me sem motivo, ama-me porque o queres fazer.
Mas não venhas ter comigo como um sacrificado em direcção à morte, não me abraces desejando ter outra pessoa em teus braços, não me beijes se não forem os meus lábios os que sentes. Não me tentes amar! Ama-me ou não, mas faças o que fizeres, não o faças pelo que eu sinto, não o faças por pena de mim, não me enganes mais.
Porque maior do que a dor de não me amares é a dor de saber que se vieres virás infeliz, ficarás infeliz e me culparás pela tua infelicidade.
Ama-me, sim! Ama-me porque quero muito que me ames mas, peço-to: ama-me só se o que sentires por mim for, de facto, amor!

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pensamentos de uma noite



















Olho em redor…
Estou só, profundamente só.
Não é a solidão doce de quem é solitário
É a solidão dura, constante
Daqueles que olham em redor
E estão sós, ainda que haja gente.

A noite cai – Escura, fria – uma noite…
O vento que passa, não passa de brisa
Afaga-me o cabelo revolto,
Deixa-me a pensar nos dias de sol
Daqueles tempos tão irreais,
Nos quais fui uma rapariga a sorrir
E os sorrisos eram a alma, o sangue, a vida…

Caio no desespero das horas tardias
Ergo o olhar para o céu
Sozinha, sempre sozinha, triste…
Que fiz eu para acabar assim?
Não há respostas… só o silêncio
O vazio silêncio de quem está só
Mas olhando o céu esboço um sorriso
Lembro-me, por momentos, recordo!
Há um mundo…
Um mundo diferente e só meu
O mundo que é como este céu
E onde – por milagre -
Restou o brilho das estrelas!
Marina Ferraz
(Poema do meu livro "Fragmentos de Mim")

*Imagem retirada da Internet

terça-feira, 24 de julho de 2007

Memórias do Passado














Por vezes perco-me nas memórias do passado. Não é que o presente seja mau. Tenho momentos nos quais me sinto feliz, momentos nos quais eu ser eu, só por si, já vale a pena.
Mas as memórias vão-me agarrando. Não sei seguir sem pensar no que podia ter sido diferente, não sei viver sem desejar ter um segundo de passado a entrar pela porta aberta do futuro.
Não penso em voltar atrás pelos momentos de felicidade nem pelos de tristeza, não iria em busca das coisas boas nem das más. Queria apenas olhar para esse passado e concluir que certas coisas não podiam mesmo ter sido diferentes.
As memórias do passado surgem então como filmes. Passam à frente dos meus olhos e perco-me nelas. Por vezes, fico com medo de não conseguir fugir a tempo, de não me conseguir libertar das amarras que acompanham cada imagem e pensamento.
Temo, temo tudo isto porque, amarrada ao passado, não poderei seguir em frente, rumo a um futuro como o que desejo para mim.
Mas as memórias entram no meu sono e violando as regras, mergulham nos meus sonhos, acordam comigo, brincam ao meu ouvido e no meu olhar.
Não as mando embora, não tenho sequer coragem para o fazer porque, por melhor que seja o presente, não largo a certeza de que as coisas podiam ter sido diferentes, podiam ter acontecido de uma outra maneira, uma maneira em que não tivesse de sofrer.
E cada pessoa, cada momento, cada sentimento ou ilusão, ficam guardados nessa memória que profana os meus sonhos. Quem morreu e quem partiu está comigo mais uns segundos. Por alguns momentos, no presente, posso ter as migalhas desse passado no qual, infelizmente, não há nada que eu possa mudar.

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Palavras ao vento














Verso a verso construí um mundo
E se tenho a cabeça baixa
É por ter pousado o olhar
Nas folhas de uma vida de poeta…
Verso a verso ergui castelos vãos
Com toda a beleza da utopia
E eles ergueram-se num momento,
O meu castelo é de cristal.
Seja herói quem o conseguir quebrar
Pois é feito de sentimentos,
De lágrimas, de estrofes e palavras
A minha vida, rasguei-a e deitei-a ao vento
Para que a poesia que escrevi
Passasse os limites do cristal
E deixasse de ser minha.
Com ela quis contar os meus segredos,
Quem a lê não conseguirá sabê-los
A minha poesia fica em mim
Quem a lê já não conhece nada meu
Conhece o que interpreta
Daquele mundo que verso a verso criei
E que ao mundo real entreguei
Com tanto amor…

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sábado, 19 de maio de 2007

A resposta de Danielle Steel


Danielle Steel é uma romancista americana cujos livros estão publicados em vinte e oito línguas diferentes e que tem 470 milhões de livros vendidos por todo o mundo.
Nasceu em Nova Iorque e estudou quer na América, quer na Europa, tendo o seu primeiro livro sido publicado em 1973.
Tem mais de cinquenta romances publicados, entre os quais diversos best sellers.
Algumas das suas obras mais conhecidas são: “Imagem no espelho”, “Malícia”, “A avó Dan” E “ A dádiva”.
Há algum tempo atrás, escrevi um e-mail a Danielle Steel, não só por ela ser tudo o que já afirmei mas também porque, pessoalmente, os seus livros me dizem muito e porque ela é, sem sombra de dúvida, uma das minhas escritoras favoritas. Disse-lhe que também escrevia e que sonhava vir, um dia, a ser escritora, abri-lhe o meu coração e pedi-lhe conselhos.
Obviamente não contava que ela me respondesse! É uma escritora muito conhecida que, com certeza, não tem sequer tempo para ler tudo o que os fans lhe enviam mas, ainda assim, tive um pouco de esperança...
Alguns dias depois de lhe enviar o e-mail recebi uma resposta. Não foi uma resposta qualquer, era uma resposta personalizada, escrita pela mesma escritora que admiro.
Se me respondeu por se identificar com o que eu dizia, se apenas me quis ajudar ou se foi por outro motivo que o fez, eu não posso dizer mas, ainda assim, achei que os seus conselhos eram importantes e que as suas palavras não deviam ser lidas apenas por mim, por isso, deixo-vos a resposta que ela me enviou:



«Dear Raquel, Thank you so much for your message. I'm so very glad to hear how much you enjoy my books, and how much you get out of them as a reader in Portugal.However, the question you ask is not easy to answer. I think that the first thing a writer needs to do is to read voraciously!


It is very difficult to summarize the craft of writing. Try to be totally honest with yourself as you write, and write in your own words and your own voice, not one you think you should adopt. The most important thing for a new writer is to write every day on a disciplined schedule. Even if you end up throwing out most of what you write, it is vital to get into this habit.


Perseverance and discipline, along with the ability to empathize with others, are probably the most important attributes a writer can have.


You might also want to enroll in one of the many writing workshops or classes available in order to get some sense of how people may react to your work.


Once your manuscript is ready to send out, all I can advise is to do what every writer does -- submit it to all the likely agents or publishers you can find, and hope for the best. Sourcebooks such as Literary Market Place or Writer's Digest Yearbook, which are available in libraries and bookstores, willtell you what kind of work an agent or publisher is looking for and give procedures for submission. Many publishers also have web sites now that will tell you about their policy on submitting manuscripts.


Best of luck to you!


Danielle Steel»

*Imagem retirada da Internet

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Calada












Por algum motivo falhou-me a voz, emudeci como se não houvesse mais nada a fazer. Vi-os roubarem-me o chão que pisava e o ar que respirava como se deles eu fosse indigna, como se não os merecesse.
Calada... como se não houvesse um grito na garganta querendo sair e ecoar pelas paredes vazias desta vida.
Deixei-me ficar quieta e muda. Em vez de dar de mim, de lutar por aquilo em que acredito, pelos meus sentimentos, deixei que a vida corresse como um rio mesmo querendo ir contra a corrente.
Não fiz nada que os impedisse, nada que os fizesse pensar um segundo antes de me roubarem a vida.
No meio do meu cobarde silêncio, quedei-me a seus pés, como que fazendo vénias a quem me tinha magoado.
Deixei-me ficar assim... não quis saber de nada!
Fiquei calada, tão calada que me esqueci das palavras, tão calada que selei os meus lábios para sempre.
Hoje, tudo o que quero dizer mora no coração mas já passou demasiado tempo, já é tarde demais e por isso vou continuar calada, à espera que um dia, no derradeiro dia, talvez, uma última palavra saia por entre os meus lábios cerrados e diga, finalmente, tudo o que, por medo, jamais consegui dizer.

Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

sexta-feira, 30 de março de 2007

"Vamos fugir..."

















Chego junto a ti,
Caio de joelhos, chorando
“Vamos fugir!” – digo-te
A minha voz cheia de certezas
O coração batendo mais que nunca
“Vamos embora daqui
Só os dois, para longe,
Onde não nos encontrem!”
Não me respondes!
O vento passa por mim,
Goza comigo!
Sinto-me ridícula!
Ali, à tua frente, de joelhos
Implorando-te que fujas
Implorando que me queiras
“Foge comigo, por favor!”
Suplico de novo
No tom de quem diz uma oração
Não dizes nada...
Levanto-me,
Sacudo a saia, viro costas
E saio do cemitério...
Penso para mim que,
Se não quisesses fugir,
Ao menos me podias ter levado
Para esse mundo,
Esse lugar calmo e mudo
No qual, em sono, podia sorrir!

(R.I.P. my friend)
Marina Ferraz

*Imagem retirada da Internet

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Aquele anjo....
















Surgiu do nada e aproximou-se sem que o temesse. Abriu os braços e envolveu-me num falso abraço ao qual respondi apaticamente.
Tinha um rosto pálido, asas negras, sorriso inexistente. Na mão trazia um punhal. Não hesitou em cravá-lo no meu peito... subitamente senti um gosto metálico nos meus lábios e vi-o arrancar-me o coração.
Não havia medo, não havia dor! Apenas um anjo das trevas levando consigo um coração palpitante, o meu coração!
Depois, sem proferir palavra, afastou-se de mim, deixando para trás um rasto de sangue e desapareceu, deixando-me ali, deitada sobre um manto branco de seda.
Não sentia nada... não havia dor, não havia sofrimento. O anjo levara tudo isso.
(Apenas dói o coração, apenas magoa essa capacidade de amar infinitamente quem não nos ama... e agora isso acabava de vez!)
Fiquei para trás, a morrer aos poucos! O anjo levara o meu coração, eu deixara que o levasse e não me arrependi jamais de o ter feito.
Deitada, sentindo a vida desvanecer-se e a alma abandonar-me, apenas conseguia pensar na vida que tinha vivido... era sempre assim: um anjo chegava, levava o meu coração e deixava-me só, com um enorme vazio dentro de mim, a morrer aos poucos, a deixar-me ir... sozinha, tão sozinha!
Então, conformada, fechei os olhos e adormeci!

(11Fevereiro2007)
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

A todos os meus amigos...

Se eu tivesse de escolher uma palavra para vos dizer algo que realmente achasse importante, essa palavra seria ‘desculpem’.
Desculpem-me pelas lágrimas que tiveram de limpar e pelo sorriso falso que tiveram de ver dia após dia no meu rosto.
Desculpem pelas conversas insípidas que eu tinha quando me perguntavam como estava.
Desculpem pelas noites em que não se divertiram para estarem a aturar as minhas neuras e pelos momentos em que eu estraguei tudo por ser eu mesma.
Desculpem por me ter afastado quando devia ter estado mais presente, desculpem por ter sido egocêntrica e por só ser capaz de pensar nos meus pequenos problemas mesmo quando vocês precisavam de ajuda.
Desculpem tudo isto e tudo o resto.
Desculpem todos os meus erros.
Desculpem-me, por favor!
Porque vocês são os melhores amigos do mundo e eu não vos quero perder NUNCA. A amizade é o amor mais importante de todos e eu, como sempre, esqueci-me disso por momentos.
Mas não agora! Agora estou aqui e peço desculpa por tudo isto.
Adoro-vos mais que tudo!


Com carinho:
Marina Ferraz