Estás desse lado. Eu sei que estás. Estás à minha espera. À
minha procura. E, quando te perguntam porque estás só, respondes, com um meio
sorriso "porque a solidão é uma estrada e ela é a minha meta".
Estás desse lado. Oculto por um mar de impossibilidades que
nunca muda a maré para facilitar o encontro. Oculto por paredes de hera e
contratempo. Com uma espada de fé erguida, caminhando em passos gastos na minha direcção.
Passo a passo. Um atrás do outro. Procuras e não me
encontras por entre cidades cheias de gente vazia. Por entre desertos sem oásis
nem alucinações. E desesperas um pouco mais a cada dia. Desesperas porque sabes
que eu existo e não sabes onde estou. Porque sabes que, do outro lado, eu estou
à tua procura sem saber onde tu estás.
Estamos perdidos, tu e eu. Amantes que nunca se viram e
sempre se amaram, à espera do que todos dizem que é ilusão. Chamam-te louco?
A mim chamavam. Chamaram-me louca,
enquanto se importaram. Mas já não se importam. Já não querem saber. Dizem que
me perdi, que me dei, que me entreguei a uma ilusão. Mas não és ilusão, pois
não? Estás desse lado, à minha procura, a tentar explicar às pessoas que a
maior loucura de todas seria não procurares por mim.
Não desistas, por favor. Eu estou aqui. Estou aqui à tua
espera. E, quando me perguntam, digo apenas que quero o horizonte que chega com
os teus passos cansados.
Estás desse lado. Eu sei que estás. Estás à minha espera. À
minha procura. E trazes junto ao peito uma imagem de mim que ainda não sou eu.
Mas serei eu, um dia. Quando entenderes que essa imagem sem rosto tem os meus
olhos e os meus lábios. Quando entenderes que não poderias amar mais ninguém.
Estás aí. Ninguém sabe mas eu sei. Estás à minha espera, à
minha procura, curioso por saber se, deste lado, eu também espero por ti. E
estás impaciente. Como se o era uma vez fosse longo demais e a história
tardasse para acontecer. Mas acredita: ela vai acontecer. Porque, desse lado,
estás à minha procura e, deste lado, eu espero por ti.
Estás desse lado. Não estás? Estás à minha procura? Estás à
minha espera? Por favor... não deixes a resposta vazia ecoar no silêncio. Estás
aí, não estás?
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet (autoria de Renata Pineze)
Lindo mana! Começaste bem o mês com este primeiro texto! Adorei <3
ResponderEliminarTexto maravilhoso
ResponderEliminarEu amei e partilhei :D
Beijinhos do Brazil
Jenny *--*
confeso que antes de comentar estou enchugando minhas lagrimas que insistem em correr e rolar sob o teclado ..e muito profundo real muito verdadeiro que meu comentario so e uma palavra indescritivel em meu a meu lagrimejar... para o amor posso disser não tem barreiras pode passar o tempo ele nunca morrera.....
ResponderEliminarLindo, Lindo demais Marina!! Realmente, você tem o dom...tenho identificação plena com os seus textos...Obrigada por compartilhar!
ResponderEliminarChocante!
ResponderEliminarD++++++++ MUITO LINDO!
ResponderEliminarÉ engraçado, há uns dias atrás escrevi um texto parecido com este. ^^ Está muito bonito, um dos mais crus e reais que escreveste ultimamente - sente-se o desespero. Demonstra na perfeição o anseio mais profundo e secreto de muitos de nós...
ResponderEliminarGostei muito seus textos são ótimos e você é magistral.
ResponderEliminarQuerida!
ResponderEliminarTou seguindo teu blog!
Espero visitinhas suas e que siga o meu de volta!!
http://umarosachiclete.blogspot.com
beijinhos!!
Amei esse texto! parabéns!!
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