Move-me o meu cansaço. O meu mundo de olhos abertos que não vêem e de pensamento vivo que não remói. O meu mundo de cores indefinidas em marés de tempestades de sol.
Move-me o meu cansaço. Este cansaço que não me mata e não me fortalece. Que me move apenas, com promessas de sonos eternos, livres de sonhos, de pensamentos, de racionalidade.
Imagino que me vou deitar e não me levanto amanhã. E que amanhã é para sempre. Imagino que é essa a meta desta vontade de enfrentar a fadiga e erguer os braços. De lutar.
Move-me o meu cansaço. A sensação de eternidade ausente. Como se pudesse entrar um exército pela porta dos meus olhos, derrubar tudo o que me importa e eu não quisesse saber.
Sinto o corpo pesado e a alma acorrentada ao corpo. Sinto que se dormir agora e não acordar nunca mais, o sossego será tudo o que preciso para estar completa.
Há um som de eternidade muda a ecoar nos meus ouvidos. A promessa inaudível do amanhã que não vai chegar.
Move-me o meu cansaço. O cansaço que respiro e que me alimenta. O cansaço que me mata o frio e a sede.
Move-me o cansaço que entrou em mim e se apropriou de cada célula do meu corpo. Não sei quem era ontem. Ontem foi há mil anos atrás. Hoje, eu sei que sou cansaço. É o cansaço que me move.
Marina Ferraz
Move-me o meu cansaço. Este cansaço que não me mata e não me fortalece. Que me move apenas, com promessas de sonos eternos, livres de sonhos, de pensamentos, de racionalidade.
Imagino que me vou deitar e não me levanto amanhã. E que amanhã é para sempre. Imagino que é essa a meta desta vontade de enfrentar a fadiga e erguer os braços. De lutar.
Move-me o meu cansaço. A sensação de eternidade ausente. Como se pudesse entrar um exército pela porta dos meus olhos, derrubar tudo o que me importa e eu não quisesse saber.
Sinto o corpo pesado e a alma acorrentada ao corpo. Sinto que se dormir agora e não acordar nunca mais, o sossego será tudo o que preciso para estar completa.
Há um som de eternidade muda a ecoar nos meus ouvidos. A promessa inaudível do amanhã que não vai chegar.
Move-me o meu cansaço. O cansaço que respiro e que me alimenta. O cansaço que me mata o frio e a sede.
Move-me o cansaço que entrou em mim e se apropriou de cada célula do meu corpo. Não sei quem era ontem. Ontem foi há mil anos atrás. Hoje, eu sei que sou cansaço. É o cansaço que me move.
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet