Talvez ela não se importasse com o que os outros pudessem pensar. Ou, na verdade, talvez ela se importasse, mas estivesse habituada a isso e já nada a pudesse atingir. Talvez tivesse apenas caído demasiadas vezes e soubesse que conseguia levantar-se, ainda que demorasse um pouco.
Com um sorriso no rosto, ela reinventou a mentira mais comum dos Homens e disse que estava bem quando não estava. As pessoas engoliram a mentira porque, de alguma forma, era mais fácil acreditar nela.
Cansada dos seus próprios erros, envolveu-se em clichés dos quais saiu ainda mais magoada. Mas ela não era uma pessoa vulgar, ainda que cometesse os mais vulgares erros. Ela era uma pessoa que acreditava que o amor fica no lugar onde começa. Era a pessoa que queria provar que ela própria estava errada. A pessoa que estava disposta a tentar amar de novo, ainda que tivesse de se destruir para isso.
Talvez por esse motivo, os seus erros tinham um sentido diferente à medida que os cometia. Nenhum deles deixava de ser original. Nenhum deles a tornava igual a ninguém. Cada toque, cada beijo, casa passo que dava, isento de sentimentos... Eram erros infernais e todos a faziam ser o pior que podia. Todos eles a tornavam um monstro. Todos eles lhe pertenciam.
Nesse dia, ela soprou as velas. Não porque fosse o seu aniversário mas, simplesmente, porque era uma data especial para ela. Soprou as velas e pediu um desejo. O seu desejo esteve longe de tudo o que as pessoas pudessem pensar. Não pediu nada para si.
Quando apagou as velas, a escuridão abateu-se. Não havia outra fonte de luz. Mas ela não estava perdida porque aprendera a viver nas trevas.
Estava sozinha. Não era seu costume mas, naquele momento, sentia-se verdadeiramente só. Reacendeu as velas e apagou-as de novo. Depois acendeu-as, uma vez mais, apenas para as tornar a apagar.
Cansada de tentar encontrar esperança no fumo - o mesmo fumo que a rodeava há muitos anos - pegou no telemóvel. Era um cliché, sim! Mas ela não se importou! Escreveu uma mensagem a dizer que, depois de tudo, o amor permanecia nas suas veias, correndo pelo seu corpo.
Nunca enviou essa mensagem, mas compreendeu finalmente que se enredara demasiado nos seus próprios conceitos de amor, liberdade e alegria… que procurara, de maneiras extremas, algo que encontrara há muito tempo atrás.
Compreendeu tudo. Como se a chama que acabara de apagar se acendesse na sua alma e lhe iluminasse a mente. Ainda o amava. A ele. Ainda o amava como no primeiro dia em que o vira. Amá-lo-ia para sempre. E não era cliché. Era simplesmente verdade. Uma verdade que podia permanecer tanto tempo como a sua promessa. Algo que podia e iria durar “Sempre e Para Sempre”©.
Marina Ferraz
Nesse dia, ela soprou as velas. Não porque fosse o seu aniversário mas, simplesmente, porque era uma data especial para ela. Soprou as velas e pediu um desejo. O seu desejo esteve longe de tudo o que as pessoas pudessem pensar. Não pediu nada para si.
Quando apagou as velas, a escuridão abateu-se. Não havia outra fonte de luz. Mas ela não estava perdida porque aprendera a viver nas trevas.
Estava sozinha. Não era seu costume mas, naquele momento, sentia-se verdadeiramente só. Reacendeu as velas e apagou-as de novo. Depois acendeu-as, uma vez mais, apenas para as tornar a apagar.
Cansada de tentar encontrar esperança no fumo - o mesmo fumo que a rodeava há muitos anos - pegou no telemóvel. Era um cliché, sim! Mas ela não se importou! Escreveu uma mensagem a dizer que, depois de tudo, o amor permanecia nas suas veias, correndo pelo seu corpo.
Nunca enviou essa mensagem, mas compreendeu finalmente que se enredara demasiado nos seus próprios conceitos de amor, liberdade e alegria… que procurara, de maneiras extremas, algo que encontrara há muito tempo atrás.
Compreendeu tudo. Como se a chama que acabara de apagar se acendesse na sua alma e lhe iluminasse a mente. Ainda o amava. A ele. Ainda o amava como no primeiro dia em que o vira. Amá-lo-ia para sempre. E não era cliché. Era simplesmente verdade. Uma verdade que podia permanecer tanto tempo como a sua promessa. Algo que podia e iria durar “Sempre e Para Sempre”©.
Marina Ferraz
É por isto que eu digo que gosto de prosa...
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