Senta-te comigo. É fabuloso, não é? O mar. Parece que esteve
sempre ali. Vivo. Movimentado. Indo e voltando em ondas e marés. É fabuloso,
não é? Ele não se cansa. Eterno e descompassado, embate contra as mesmas rochas
há milhares de anos. Luta contra elas, perdendo guerras e vencendo batalhas.
Talvez por isso seja salgado. O sal de tantas e tantas lágrimas vertidas nesse
confronto eterno com a terra.
Talvez, olhando, não vejas o que eu vejo. Talvez não vejas
as cicatrizes do mar, feitas em espuma ou o seu grito no rebentar das ondas.
Talvez não entendas a voz rouca com a qual ele brinda o mundo. Mas senta-te
comigo e olha-o. Mesmo que não compreendas as formas sombrias com as quais ele
conta as histórias do que foi e do que há-de ser.
O mar não se cansa. Não sei como nem porquê. Mas ele não se
cansa de ir e de voltar e de lutar por causas perdidas. Procuro e encontro nele
lições de vida pois ele sabe ser imortal. E, nas marés do meu pensamento,
aprendo que o cansaço é uma forma crua e fria de levar os dias, em ondas de
desilusão.
A aprendizagem não é fácil mas está certa. Sei que, se
olhares com atenção, vais ver mais do que um infinito de azul e verde. E é por
isso que quero que te sentes comigo e olhes o mar. Que respires da calma que
ele transmite enquanto guerreia contra as dunas e as paredes escarpadas da
montanha. Que recebas no peito a emoção constante dos sons que se seguem e
ecoam pela praia deserta das nossas almas.
Senta-te comigo. É fabuloso, não é? O mar. Parece que sabe
que vais partir. Parece que sabe que eu vou continuar à espera. Triste.
Sozinha. É fabuloso, não é? Ele não se cansou ainda de lutar e eu estou tão
cansada! Ele é eterno e eu não quero a eternidade. Não queria sequer a sensação
deste amor perpétuo. Cansada. Tão cansada. Mas o mar continua. Contra as rochas
e a terra, onda após onda, eternamente. E vai beijando os destroços da guerra,
feitos em areia, com uma simplicidade límpida e brilhante.
Aqui sentados... É fabuloso não é? O mar. Ele viu onde
começámos. Assistiu ao nosso fim. E continua a lutar, enquanto as minhas
lágrimas correm e se juntam a ele, numa luta desleal contra a vontade do
destino. Eu sei. Tu levantas-te e vais. Mas eu fico... e o mar também.
Marina Ferraz
* Imagem retirada da Internet
"Tu, eu e o mar"... parece me uma tarde bem passada daqui a uns meses quando o Sol estiver um pouco mas quente... ;) <3
ResponderEliminarE O DELEITAR DE UM POETA APAIXONADO...EM SUBLIME DELIRIO DE AMOR
ResponderEliminarÉ fabuloso o Mar... Como são fabulosos os seus textos...:)
ResponderEliminarAmei,amei.É incrível,eu senti o mar,eu pude vê-lo com os olhos da minha mente e meu coração encheu-se,é lindo poder sentir-me assim.Parabéns querida,mais uma vez um texto incrível e não me canso de ler :D
ResponderEliminarBeijinhos Jenny ♥
Maravilhoso, gostei muito. É fabuloso e muito bem escrito, Marina tu és perfeita, amo o teu jeito de escrever. :) <3
ResponderEliminarP E R F E I T O *o*
ResponderEliminara emoção que nos transminte , a sensação de estar sentada ao seu lado .. Muito lindo msm ! :)
Adorei.................
ResponderEliminarAchei os seus textos um pouco adolescentes demais,e mesmo que seja uma pode mudar isso se começar a pesquisar poemas e livros mais clássicos. Lembre-se que toda crítica constrói, pense em minhas palavras. Abraços.
ResponderEliminarAdorei Marina -tanta identificação ...céus ....Maria
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