Costumo dizer que me basto. É o modo mais simples e rápido para explicar porque estou sozinha. Talvez não seja o mais verdadeiro, mas é um modo de aprender a viver comigo própria sem chamar solidão a cada respiração sem nexo.
Costumo fingir que gosto de mim. É uma peça de teatro que me habituei a representar e cujo papel me agrada. Representando-o amo-me por momentos, acredito em mim!
E a vida, essa que estende sob os meus pés um tapete escarlate de espinhos, sorri-me ao de leve cada vez que finjo ser feliz.
Mas, depois, eu acordo e estou sozinha, olho para mim e estou vazia, vagueio pelas ruas e ninguém me vê. Qual fantasma invisível de alma e coração quebrados, pergunto a mim própria porquê enquanto as nuvens dos meus olhos fazem chover na minha face.
Querendo dar um pontapé ao mundo, sou eu mesma a responder à minha pergunta: “Porque me basto” – digo convicta. Mas as minhas palavras, quando ditas pelos meus lábios e escutadas pelos meus ouvidos, não soam reais.
Sem mentir, tento enganar-me e não consigo.
Então, vexada pelos meus próprios pensamentos, procuro o pedaço de mim que me falta. Não o encontro nas ruas, nem na praia, nem no mar…
Cega pela mágoa, rasgo-me em mil pedaços como se fosse uma folha velha, procurando-te em mim. Encontro-te naquele pedaço rasgado em forma de coração.
Então, fragmentada, uno-me como um puzzle ao qual irremediavelmente faltam peças. Agarro essa memória de ti junto ao peito e durmo tranquila.
Não tento enganar-me: não gosto de mim mesma! Mas gosto do pedaço de ti que mora em mim. No final é somente isso que me basta.
Marina Ferraz
Costumo fingir que gosto de mim. É uma peça de teatro que me habituei a representar e cujo papel me agrada. Representando-o amo-me por momentos, acredito em mim!
E a vida, essa que estende sob os meus pés um tapete escarlate de espinhos, sorri-me ao de leve cada vez que finjo ser feliz.
Mas, depois, eu acordo e estou sozinha, olho para mim e estou vazia, vagueio pelas ruas e ninguém me vê. Qual fantasma invisível de alma e coração quebrados, pergunto a mim própria porquê enquanto as nuvens dos meus olhos fazem chover na minha face.
Querendo dar um pontapé ao mundo, sou eu mesma a responder à minha pergunta: “Porque me basto” – digo convicta. Mas as minhas palavras, quando ditas pelos meus lábios e escutadas pelos meus ouvidos, não soam reais.
Sem mentir, tento enganar-me e não consigo.
Então, vexada pelos meus próprios pensamentos, procuro o pedaço de mim que me falta. Não o encontro nas ruas, nem na praia, nem no mar…
Cega pela mágoa, rasgo-me em mil pedaços como se fosse uma folha velha, procurando-te em mim. Encontro-te naquele pedaço rasgado em forma de coração.
Então, fragmentada, uno-me como um puzzle ao qual irremediavelmente faltam peças. Agarro essa memória de ti junto ao peito e durmo tranquila.
Não tento enganar-me: não gosto de mim mesma! Mas gosto do pedaço de ti que mora em mim. No final é somente isso que me basta.
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet
Gostava de poder dizer algo que te fizesse sentir melhor, mas sinto exactamente o mesmo que tu.
ResponderEliminarLi quatro vezes... e sou mesmo eu!
Melhores dias virão, e se não gostas de ti, eu gosto, muito:)
concordo com a neuza, se não gostas de ti, eu gosto, e muito. e tal cmo te costumo dizer, nunca tas sozinha pk eu, kanto mais n seja, em pensamento e espirito tou smp a teu lado. mas tb é claro k compreendo k keres dizer com o tar sozinha...
ResponderEliminare digo-te cmo ja te dixe, este é para mim o teu texto mais fabuloso, ta escrito de 1 forma sublime. adoro-te, e se n consegues gostar de ti entao so te pexo para k olhos bem para os meus olhos, olha bem fundo neles e vê a excepcional Mulher k es e dps dixo n acredito k voltes a dizer k n gostas de ti. adoro-te, beijinho grande e fofo pa ti, bem ao jeito k so tu mereces. Ass: Herlander
Os puzzles são coisas complicadas, às vezes incómodas. Mas há desafios que impomos à nossa alma e que temos que ultrapassar porque sim! Um grande amigo disse-me há algum tempo que o que tiver que ser será. Podemos ir dando um jeitinho, comprando uma roupa menos preta ou pintando as paredes do quarto em amarelo e laranja...
ResponderEliminar"Parte de mim" é o nome de uma das músicas mais bonitas do Pedro Abrunhosa...
Abraço
Compreendo-te. Pode não ser a 100% mas sem dúvidas que é a mais de 90%.
ResponderEliminar"Mas gosto do pedaço de ti que mora em mim. No final é somente isso que me basta." - então esta frase.. rebentou-me!
Como disseram em cima "o que tiver que ser será" e alguém que escreve tão bem como tu, certamente vai ter sorte :)