Pura e leve amanhece
Nas auroras outonais
E vã estremece…
Despojada da mais remota vida,
Deixa-se olvidar pela quimera.
Vã se desvanece e cai esquecida
A última flor da Primavera.
Olvidada pelo mundo que conhece
Cai no silêncio e muda morre
Com ela a Primavera perece…
O universo conspira incerteza,
O mundo torna-se enfadonho,
‘Inda assim, com toda a realeza,
Cai a vã pétala de sonho.
Sentindo as nuances de abandono
Cai tranquila na manhã
Como s’apenas tivesse sono…
Cai, perecendo… é mais um dia!
Ninguém ouviu e ninguém espera
Que na pétala que hoje caía,
Tombasse igualmente a Primavera.
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet
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