“Ohana means family and family means nobody gets left behind.”
- Lilo e Stitch
Dou-te a mão. Dás-me o mundo. Agarras o mundo e partes.
Olho-te nos olhos. Mesmo se os trouxeres fechados. És-me fruto e ventre. Pareces frágil. Já foste o meu exército inteiro. Tens um riso pendurado nos lábios. Neles, pendem lágrimas.
Seguras as gotas da chuva nas nuvens. Tens um semblante espectral, todo feito do concreto da vida. Dou-te um sorriso. Dás-me a Força. Agarras a Força. Defendes-me com a Força. E és bondade. E és abnegação. E és raiz.
És a noção que eu tenho quando não tenho noção. A palavra que sobra quando se agita o dicionário e se chocalham os conceitos. Não há discussão, guerra, pandemia ou evento celeste que te arranque da página onde também eu estou. Sou criança. Tenho medo. Sou adulta. Tenho medo. Estás. Agarro-te. Com ambas as mãos. Solto-te. E ficas à mesma.
Tens canções de embalar sem som. Tens poemas sem rima. Tens amargos muito doces, vertidos no melaço que nos cola aos tempos do Eterno. Somos a resistência. Nós contra os outros. Nós contra o mundo. Nós contra o que vier.
Enchemos a mesa e somos um. Trazemos os invisíveis. Celebramos na mesa cheia onde se saboreia o passado e o presente. Trincamos um gomo de um futuro imutável. Todas as nossas mesas têm o mesmo número de pratos. Usamos o serviço inteiro. Nunca sobram lugares vazios na nossa mesa. Quem nela se sentou, sempre se senta. Quem nela se sentou, sempre se sentará. Cabem mais fantasmas do que intrusos no nosso âmago. Não lamentamos.
Somos gang. Somos seita. Somos coven. Somos espaço impenetrável. Indestrutível. Incontornável.
Dou-te a mão. Dás-me o mundo. Agarras o mundo e partes. Mas, mesmo indo, nunca me largas a mão. Mesmo indo, nunca vais. Estás sempre. Vais estar sempre. Vais estar para sempre. E, um dia, quando não estiveres, mesmo assim estarás.
Porque família é isso.
Um sinónimo de amor, um sinónimo de sempre, um sinónimo de para sempre... onde o abandono não cabe.
Simplesmente maravilhoso ��❤���� parabéns!!
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