Ouço falar de um Portugal retrógrado, atrasado, a viver de um passado de glória. Mas temos assistido, cada vez mais, a um cenário diferente. Avançado. Que tem todos os sintomas das novas tecnologias.
Vivemos entre zeros e uns. Um código binário. Partidário. Em que as conjugações ilegíveis são processadas de forma inteligível para a maior parte das pessoas e invisível, dentro dos possíveis. Tudo corre e se decide de forma mais ou menos encapotada, atrás de um protetor de ecrã conhecido como Canal Parlamento.
Os ficheiros vão sendo criados. Um atrás do outro. E há quem os apague. Quem lhes mude o nome. Quem vá buscá-los à Reciclagem. De repente, as verdades sabem-se. Descobrem-se os ficheiros ocultos, mesmo quando protegidos com sei-lá-eu-quantas palavras-passe. Mas... quando são para abrir.... erro!
Erro atrás de erro. Dois cliques no ficheiro. O ficheiro não abre. Avisos vários saltam para o centro do ecrã. Desesperam. Vemos os partidos a tentar perceber o que deu errado. Mais fácil seria encontrar o que deu certo. Fazem de tudo. Culpam os outros. Porque criaram o ficheiro, renomearam o ficheiro, apagaram o ficheiro, recuperaram o ficheiro. Agora não. Não fazem nada com o ficheiro. Nada funciona. O erro persiste. No protetor de ecrã que é o parlamento, saltam janelas que são manchete de jornal. O ficheiro, descobrimos todos, é o governo. E nós somos os idiotas a observar, enquanto um grupo de utilizadores com muitas opiniões mas poucos conhecimentos informáticos, continuam clicar em tudo o que é botão, na tentativa de fazer funcionar o que, obviamente, não tem resolução.
Há sempre uma última tentativa. Tentam abrir o ficheiro em modo de segurança. Modo de moção. Mas reaparece o aviso: o ficheiro está corrompido. Sobra a alternativa de sempre: desligar e voltar a ligar. Arrancar da tomada. Cortar a corrente. Recomeçar.
Dia 18 de Maio, instalaremos novamente o software e serão criados novos ficheiros. Tomara que não tragam vírus... pensamos... mas é improvável!
É que eu ouço falar de um Portugal retrógrado, atrasado, a viver de um passado de glória. Mas temos assistido, cada vez mais, a um cenário diferente. Avançado. Avançado e problemático por isso mesmo. É Portugal a ser o computador com ficheiros corrompidos. Infelizmente operado por uma Velha Senhora que não entende muito das novas tecnologias, mas sabe exatamente como manter a atenção no ecrã, quando é a caixa que está a avariar... e fazer com que todos os outros façam o mesmo...
Os ficheiros estão corrompidos. Antes estivessem encravados... como as espingardas de 74.
Enquanto escrevia este texto o computador abriu uma janelinha negra a perguntar se o Windows podia aceder à minha localização. Tenho de parar de escrever estas coisas antes que enviem a Pide ou um equivalente de nome fofinho (como alguns partidos andam a pedir ao Pai Natal há tanto tempo) para me bater à porta...
Se quiserem adquirir o meu livro "[A(MOR]TE)"
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Brilhante
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