Deixa-me ser feliz. Não digas, por aí, que as minhas paixões
são loucura. Se não te serviu o meu amor, deixa ao menos que o viva da minha
forma e em paz. Não me faças entristecer por entre palavras duras que não fiz
por merecer. Se não te importas, deixa-me ser feliz.
Se a minha forma de ser feliz for de lágrimas nos olhos, não
me combatas as lágrimas. E, se sou feliz por entre o verde de uma Natureza
viva, não critiques o facto de eu falar com as árvores. Se sou feliz em textos
que falam de amores perdidos e pessoas cruéis, não me peças que escreva sobre
as maravilhas da humanidade. Se sou feliz entre monstros e fantasmas do
passado, deixa-me ser... deixa-me ser feliz.
Eu não nasci para ser feliz como os outros. Não nasci para
diálogos de imortalidade nem para desejar contas cheias e alma vazia. Eu não
nasci para me colar às paredes da normalidade. Nasci para dançar livre, sobre
soalhos de loucura. Deixa-me ser como sou. Deixa-me ser triste à minha maneira.
Sou mais feliz assim.
Não te acuso da minha infelicidade. Fui feliz contigo. Ser
feliz sem ti foi uma batalha de sensações e de sentidos, na qual a escuridão
ganhou. Sem ver mais do que o negrume da noite e o império das trevas,
deixei-me afundar nos abismos. Mas, acredita: é possível amar a noite e as
trevas e os abismos. Talvez seja loucura amá-los. Mas, se não entendes, ao
menos deixa-me ser feliz dentro de mim. Prefiro a minha escuridão à luz dos
outros. Na minha escuridão brilho o bastante.
Se não me entendes, se não concordas comigo, se não achas
que o meu caminho esteja certo, guarda para ti as palavras. Não estás aqui para
me fazer feliz mas deixa-me... deixa-me ser feliz.
Preciso que compreendas. O abandono deixa marcas. A saudade
deixa marcas. A mentira deixa marcas. E é difícil celebrar a vida de uma forma
comum e leviana quando já nos abandonaram. Mas há outras formas de ser feliz.
Esta é a minha. Não me atires palavras duras ao rosto e olhares reprovadores às
costas. Se não te importares, deixa-me ser feliz...
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet
"Eu não nasci para ser feliz como os outros. Não nasci para diálogos de imortalidade nem para desejar contas cheias e alma vazia. Eu não nasci para me colar às paredes da normalidade. Nasci para dançar livre, sobre soalhos de loucura. Deixa-me ser como sou. Deixa-me ser triste à minha maneira. Sou mais feliz assim."
ResponderEliminarLi o texto com a minha voz e tive como que um déjà vu em que tinha sido eu a escrever essas mesmas palavras tal e qual como as escreveste.
Muito bom :)
Incrivelmente perfeito querida.As palavras são fortes e são tão maravilhosas que não há apenas uma parte preferida.O texto todo é meu preferido.
ResponderEliminarParabéns :)
Beijinhos Jenny ♥♥♥♥