quarta-feira, 10 de dezembro de 2014



só.
uma palavra que já é um poema
porque ninguém o ouve

e um banco de jardim que é sepultura,
onde me recosto na morte
sem ninguém se importar.

a solidão tem muitas formas.
hoje, é uma pomba que abre as asas
e recusa um grão de milho.

ontem, era a casa cheia
de sossegos insuportáveis
e sombras no cair do sol.

só.
uma palavra que já é um poema.
não rima mas ecoa, e é feita de silêncio.

Marina Ferraz


*Imagem retirada da Internet

4 comentários:

  1. Anónimo01:01

    SÓ?
    Ecoou e reflectiu,
    eis que aqui estou no banco em frente!
    ... ... ...
    Contemplo o contra luz
    que define a silhueta frágil.
    Lentamente vai ganhando forma
    e revela a imensidão de desejos.
    ... ... ...
    Agora o sol derrama o seu óleo
    sobre dois corpos ávidos de partilha
    de cor e sinfonia!

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  2. A palavra só, realmente é uma palavra que marca...
    ninguém deveria estar só

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  3. "Só" quero estar contigo...
    Lindo, duas letras que formam uma palavra e que dá origem a um texto.
    Parabéns :-)

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