Desculpem. Eu ia publicar um texto. Hoje. Porque é terça-feira. Porque escrevo. Porque me habituei à rotina de ter textos à terça-feira. Planeava publicá-lo às sete. Então escrevi-o na mente, aguardando a hora de me render às teclas do computador, para o debitar, libertando-o das amarras do pensamento e desfiando as ideias pelas linhas direitinhas do editor de texto, em Times New Roman, 11.
Sim. O meu texto estava escrito na minha mente. Mas tinha-o pousado sobre as ervas frescas da esperança, verdes. E as ervas verdes ficavam sobre solo rico de minério.
Desculpem. Eu ia publicar um texto. Hoje. Porque é terça-feira. Mas o meu texto não interessa a quem quer escavar o solo para colher opulência e abrir campas.
Hoje não tenho texto. Atearam o fogo. Ardeu.
Sobrou o fumo. A cinza. O cheiro nauseabundo da morte. Um pensamento disperso. Um cansaço imenso. Olhos alagados. E um pouco de raiva quente. Para um próximo texto.
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