Há uma lua no alto da esfera
E um espelho onde finjo ser gente
Refletem-se fases, feito quimera
Levam-ma a alma indigente
Há um poema na ponta do medo
Não tem estrofes nem punhais
Repetem-se versos, feito segredo:
Uma caravela atracada ao cais.
Finjo ser gente por entre a gentia
Cansam-me os temas, cansados de mim,
Gentis são os dedos que, sem simpatia,
Me arrancam da terra, me ditam o fim.
Há uma lua no alto da esfera
E um espelho que reflete o nada.
Finjo ser gente… mas quem me dera
Ser, na distância, a lua quebrada.
Marina Ferraz
*Imagem retirada da Internet
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