Uma criança sabe isto. Um trabalhador da construção civil sabe isto. Um ambientalista sabe isto. Um cozinheiro sabe isto. Um varredor de rua sabe isto. Um limpa-chaminés sabe isto. Mas os políticos – apesar de toda a alegada literacia – aparentemente não sabem...
É um dia de praia, como outro qualquer, e a criança quer brincar. Vamos construir um castelo de areia. Dizem. Inconscientes de que o seu mundo é um castelo de areia prestes a ruir. E pegam nas pás. Intuitivamente. Para encher os baldes e construir algo.
Nas ruas palmilhadas, ao longo do dia, outras pás vertem a areia dos montes para a betoneira, que gira e a transforma, para que possam construir-se também as casas sólidas e seguras, à prova de quase tudo... menos de bombas.
O vento sopra, e as pás da eólica giram, transformando ar em energia e alimentando centrais, de forma limpa e segura, em prol do ambiente, que provavelmente será nuclearmente destruído com uma ordem.
Algures, o chefe junta na batedeira os primeiros ingredientes da massa fresca, batida pelas pás em espiral, com rapidez e mestria, preso às noções de um sonho de paladar, sem pensar na fome que vem do exílio, dos conflitos, da escassez.
Varrem-se para as pás as folhas do Outono, persistentemente. Mãos segurando pás com compassiva intenção de oferecer aos outros passos mais seguros pelas ruas, que afinal oferece riscos maiores do que o da queda inadvertida.
E as chaminés escovam-se, a fuligem caindo, varrida para pás. Resolve-se o problema da fumaça adentrando o espaço. Um problema que não existirá quando a parede destruída tombar, arejando a casa...
Instrumento esquecido, mas de amplo uso, as pás servem para resolver quase tudo, para construir quase tudo. São recurso inegável de muitos processos que trazem algo ao mundo, às pessoas, à vida...
Uma criança sabe isto. Um
trabalhador da construção civil sabe isto. Um ambientalista sabe isto. Um
cozinheiro sabe isto. Um varredor de rua sabe isto. Um limpa-chaminés sabe isto.
A resposta para muitos problemas da vida podem ser respondidos com p(ás)az.
Mas os políticos, talvez por só limparem o cotão do próprio umbigo e por nunca terem construído nada, ou por só conhecerem o senso com “c”... continuam – apesar da alegada literacia - a escolher a guerra.
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